domingo, 19 de junho de 2011

DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS


Nesse artigo, vamos compartilhar sobre as doenças psicossomáticas que sido uma realidade. A sociedade em geral, constantemente passa por desajustes sociais em vários aspectos da vida humana. Criança, adolescentes, adultos e idosos, são vítimas de problemas psicossomáticos.

A expressão “psicossomático” significa uma relação de mente e corpo: Psiquê (Mente) e Soma (Corpo). A doença psicossomática é definida como complicações na saúde do corpo geradas por problemas de origem psíquica. Os fatores psicológicos passam a influir no metabolismo do corpo e as conseqüências são reais.

Nunca foi tão utilizado o termo “stress” como nos dias atuais. A humanidade parece ter perdido o controle daquilo que gerou e conquistou através dos tempos, mas mesmo assim, continua correndo atrás de uma existência melhor e mais prática e mais sadia, no entanto, o quadro das doenças mentais no mundo inteiro faz soar um aviso que esta corrida esta indo em direção a um caos iminente.

Metade dos leitos dos hospitais nos E.U.A. é ocupado por pessoas com doenças mentais, em muitos casos, enfrentando todos os tipos de fobias. O Brasil também não apresenta um quadro diferente dos E.U.A. Enquanto o tratamento for apenas com relação aos medicamentos que combatem os efeitos no corpo, deixando de lado a origem real no estado emotivo da pessoa, os resultados serão sempre ineficientes.

As Fobias Mais Comuns São:

Acrofobia – Medo de altura

Aerofobia – medo de avião (medo de voar)

Aracnofobia – Medo de aranhas

Astrofobia – Medo de raios

Agorafobia – Medo de estar em público (medo de ir ao supermercado, restaurante, etc)

Belonofobia – Medo de agulhas

Claustrofobia – Medo de espaços fechados

Hematofobia – Medo de sangue

Hipofobia – Medo de cavalos

Literofobia – Medo da escola, leitura

quarta-feira, 1 de junho de 2011

ESTRUTURA DA PERSONALIDADE


As observações de Freud a respeito de seus pacientes revelaram uma série interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um instinto opunha-se outro; proibições sociais bloqueavam pulsões biológicas e os modos de enfrentar situações frequentemente chocavam-se uns com os outros. Ele tentou ordenar este caos aparente propondo três componentes básicos estruturais da psique: o ID, o EGO e o SUPEREGO.

O Id – O Id “contém tudo que é herdado, que se acha presente no nascimento, que está presente na constituição – acima de tudo, portanto, os instintos que se originam da organização somática e que aqui, no id, encontram uma primeira expressão psíquica, sob formas que nos são desconhecidas” (1940, livro 7, pp. 17-18 na ed. bras.). É a estrutura da personalidade original, básica e mais central, expostas tanto às exigências somáticas do corpo como aos efeitos do ego e do superego. Embora as outras partes da estrutura se desenvolvam a partir do id, ele próprio é amorfo, caótico e desorganizado. “as leis lógicas do pensamento não se aplicam ao id... impulsos contrários existem lado a lado, sem que um anule o outro, ou sem que um diminua o outro” (1933, livro 28, p. 94 na ed. bras.). O id é o reservatório de energia de toda a personalidade.

O id pode ser associado a um rei cego cujo poder e autoridade são cerceadores, mas que depende de outros para distribuir e usar de modo adequado o seu poder.

Os conteúdos do id são quase todos inconscientes, eles incluem configurações mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material que foi considerado inaceitável pela consciência. Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência e localizado nas sombras do id, é mesmo assim capaz de influenciar a vida mental de uma pessoa. Freud ressaltou o fato de que materiais esquecidos conservam o poder de agir com a mesma intensidade, mas sem controle consciente.

O Ego – O ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. Desenvolve-se a partir do id, à medida que o bebê torna-se cônscio de sua própria identidade, para atender e aplacar as constantes exigências do id. Como a casca de uma árvore, ele protege o id mas extrai dele a energia, a fim de realizar isto. Tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade. Freud descreveu suas várias funções em relação com mundo externo e com o mundo interno, cujas necessidades procura satisfazer.

São estas as principais características do ego: em conseqüências da conexão pré estabelecida entre a percepção sensorial e a ação muscular, o ego tem sob seu comando o movimento voluntário. Ele tem a tarefa de autopreservação. Com referência aos acontecimentos externos desempenha essa missão dando-se conta dos estímulos externos, armazenando experiências sobre eles (na memória), evitando estímulos excessivamente internos (mediante a fuga), lidando com estímulos moderados (através da adaptação) e, finalmente, aprendendo a produzir modificações convenientes no mundo externo, em seu próprio benefício (através da atividade). Com referência aos acontecimentos internos, em relação ao id, ele desempenha essa missão obtendo controle sobre as exigências dos instintos, decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para ocasiões e circunstâncias favoráveis no mundo externo ou suprimindo inteiramente as suas excitações. É dirigido, em sua atividade, pelas considerações das tensões produzidas pelos estímulos; despejam estas tensões nele presentes ou não ou são nele introduzidas. A elevação dessas tensões é, em geral, sentida com desprazer e o seu abaixamento como prazer... o ego se esforça pelo prazer e busca evitar o desprazer (1940, livro 7, pp. 18-19 na ed. bras.).

Assim, o ego é originalmente criado pelo id na tentativa de enfrentar a necessidade de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Contudo, para fazer isto, o ego, por sua vez, tem de controlar ou regular os impulsos do id de modo que o indivíduo possa buscar soluções menos imediatas e mais realistas.

Um exemplo pode ser o de um encontro heterossexual. O id sente uma tensão que surge da excitação sexual insatisfeita e poderia reduzir esta tensão através da atividade sexual direta e imediata. O ego tem que determinar quanto da expressão sexual é possível e como criar situações em que o contato sexual seja o mais satisfatório possível. O id é sensível à necessidade, enquanto o ego responde às oportunidades.

O Superego – Esta última parte da estrutura da personalidade se desenvolve não a partir do id, mas a partir do ego. Atua como um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do ego. É o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos construtos que constituem as inibições da personalidade. Freud descreveu três funções do superego: consciência, auto-observação e formação de idéias.Enquanto consciência, o superego age tanto para restringir, proibir ou julgar a atividade consciente; mas também age inconscientemente. As restrições inconscientes são indiretas, aparecendo como compulsões ou proibições. “Aquele que sofre (de compulsões e proibições) comporta-se como se estivesse dominado por um sentimento de culpa, do qual, entretanto, nada sabe” (1907, livro 31, p. 17 na ed. bras.).

A tarefa de auto-observação surge da capacidade do superego de avaliar atividades independentemente das pulsões do id para tensão-redução e independentemente do ego, que também está envolvido na satisfação das necessidades. A formação de idéias está ligada ao desenvolvimento do próprio superego. Ele não é, como se supõe às vezes, uma identificação com um dos pais ou mesmo seus comportamentos: “O superego de uma criança é com efeito construído segundo o modelo não de seus pais, mas do superego de seus pais; os conteúdos que ele encerra são os mesmos e torna-se veículo da tradição e de todos os duradouros julgamento de valores que dessa forma se transmitiram de geração em geração” (1933, livro 28, p. 87 na ed. bras.).

(Daniel Barbosa de Melo, Psicanalista Clínico e diretor do CETEL)