sexta-feira, 19 de abril de 2013

OS SONHOS NA PSICANÁLISE


                        
O SONHO  NA CONCEPÇÃO DE FREUD

Concepção freudiana: Sonho é  “um produto da atividade do inconsciente e que tem sempre um sentido intencional, a saber: a realização ou a tentativa de realização – mais ou menos dissimulada, de uma  tendência reprimida”.
            Sonho é produzido com os pensamentos, dados e experiências que são recalcados para o inconsciente, e que o fazemos automaticamente, mas que agridem o psiquismo. O sonho, portanto, é algo que, por força do superego, não deve acontecer no pensamento chamado consciente. A censura não o permitiria.
            O Sonho é, portanto, a “estrada real do psiquismo”. Freud entende que o psicanalista, partindo da informação que lhe presta o paciente (conteúdo onírico manifesto), chegará a obter o conteúdo latente ou “idéias do sonho”. Este trabalho torna-se desnecessário nos chamados “sonhos infantis”, em que coincidem ambos os conteúdos e o sonho é, evidentemente, uma satisfação de desejos (tal é o caso do rapaz que indo dormir sem jantar, sonha que come saborosos manjares, ou o menino que, na noite de natal, sonha que está ganhando brinquedos, etc.). Mas não devemos confundir “sonhos infantis” com sonhos de crianças. A maioria dos sonhos das crianças são infantis, alguns não. Certa quantidade de sonhos de adultos também são infantis. É uma questão de natureza do sonho e não de faixa etária.

O TERAPEUTA E OS SONHOS

Ao lidar com sonhos, o terapeuta deve ter sempre em mente tudo o que se desenrola durante a sessão na qual se relata o sonho, o que sabe a cerca do paciente por meio das sessões anteriores, e – principalmente - qual o material que foi abordado na sessão imediatamente anterior.
            Deve-se, de um modo geral, acautelar-se contra a demonstração de um interesse muito especial na interpretação de sonhos, ou despertará no paciente a idéia de que o trabalho de análise não avançaria se ele não trouxesse à tona nenhum sonho; pois por outro lado existe um risco de que a resistência do paciente se volte para a produção dos sonhos, como já vimos, com uma conseqüente cessação dos mesmos, de outro modo, como já se tem podido observar. O paciente deve ser levado a acreditar que, pelo contrário, a análise, invariavelmente, encontra material para prosseguimento, não importando se ele traz à baila sonhos ou qual a dose de atenção que é dedicada a eles.
            Os sonhos são importantes e, quando relatados pelo paciente e devidamente entendidos, proporcionam um “excelente caminho para o inconsciente”. Entretanto, uma busca demasiadamente ansiosa das associações do paciente com os vários elementos do sonho, pode inibir as associações espontâneas do paciente e criar um clima de teste entre professor e aluno.
            O analista deve entender, logo de início, que nenhum sonho pode ser completamente analisado do decurso de qualquer sessão.
            O analista deve acostumar-se, também, ao fato de que um sonho pode, ainda, Ter muitos significados.
            Freud diz, também, que a dose de interpretação que se pode obter numa sessão deve ser considerada suficiente e não vista com uma perda, se o conteúdo do sonho não for plenamente desvendado. As produções mais recentes devem ser observadas e não há razão para embaraços para negligenciar as mais antigas, mesmos sonhos não desvendados totalmente.