sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Criatividade leva a comportamentos antiéticos

trapacear, rpgonline.com.br

Um novo estudo sugere que pessoas criativas são mais propensas a enganar do que as pessoas menos criativas, porque seu talento lhes permite racionalizar a ação. O estudo foi publicado na Revista on-line da Associação Americana de Psicologia da Personalidade e Psicologia Social.

Francesca Gino, autora e pesquisadora da Universidade de Harvard e o co-autor Dan Ariely, Ph.D., da Universidade de Duke , desenvolveram uma série de cinco experimentos para testar se as pessoas mais criativas iriam trapacear em circunstâncias em que eles poderiam justificar seu mau comportamento.

Os pesquisadores utilizaram uma série de testes psicológicos reconhecidos e medidas para avaliar a criatividade dos sujeitos da pesquisa e também testaram a inteligência dos participantes. Em cada um dos cinco experimentos, os participantes recebiam uma pequena quantia em dinheiro pelo número de respostas corretas.

Em certas questões do experimento havia problemas no caderno de aplicação, com as respostas já assinaladas, embora os pesquisadores dissessem que o erro não influenciaria no experimento, fazendo assim com que os participantes pudessem acreditar que se trapaceassem não haveria nenhuma detecção ou problema.

Curiosamente, os pesquisadores descobriram que os participantes mais criativos foram significativamente os mais propensos a trapacearem. No entanto, não havia nenhuma ligação entre a inteligência e a desonestidade - ou seja, mesmo inteligente (defina-se inteligência aqui como lógico-matemática) as pessoas menos criativas não estavam inclinadas para a desonestidade.

Em outro experimento, foram mostrados aos indivíduos do teste desenhos com pontos em dois lados de uma linha diagonal e pediu para indicar se havia mais pontos no lado esquerdo ou do lado direito. Em metade dos 200 ensaios, era virtualmente impossível dizer se havia mais pontos de um lado ou do outro. No entanto, os participantes foram informados de que seria pago 10 vezes mais para cada vez que dissesse que havia mais pontos no lado direito. Como previsto, os participantes mais criativos foram significativamente mais propensos a dar a resposta que paga mais.

"A criatividade ajuda as pessoas a resolver tarefas difíceis em muitos domínios, mas fagulhas criativas podem também levar os indivíduos a tomar rotas antiéticas na busca de soluções para os problemas e tarefas", disse a pesquisadora Francesca Gino.

"A relação entre a criatividade e o comportamento desonesto não tinha sido estudada empiricamente até hoje. Os resultados do presente artigo indicam que, de fato, as pessoas que são criativas ou trabalham em ambientes que promovem o pensamento criativo podem sofrer mais em risco quando enfrentam dilemas éticos".

Fonte: Psych Central