terça-feira, 18 de maio de 2010

Grandes Vultos da História da Psicanálise - Freud



SIGMUND FREUD SUA VIDA E OBRA

Sigmund Freud nasceu no dia 6 de maio de 1856, em Freiburg, pequena cidade da Moravia, que se tornou parte da Theco-Eslováquia. Quando tinha 3 anos de idade, mudou-se para Viena, onde passou a maior parte de sua vida, permanecendo ali até 1938, quando as perseguições nazistas o forçaram a mudar-se para a Inglaterra. Em Viena, Freud estudou na escola de medicina, especializando-se em neurologia. De 1887 a 1897 foi o período em que Freud esteve lidando com pacientes emocionalmente perturbados, começando seriamente a se interessar pelas perturbações de pacientes com problemas de histeria. A psicanálise, começa então, nesta época, a criar suas primeiras raízes. Praticamente, a psicanálise nasce com a experiência do caso de uma paciente cognominada de Anna Ó (seu nome verdadeira era Bertha Pappenheim), que aos 21 anos apresentava em seu desajuste emocional, uma multiplicidade de sintomas histéricos associados ao fato da doença terminal de seu pai. Os sintomas eram vários, incluindo perturbações da visão e da fala, incapacidade de ingerir alimentos, tosse nervosa e contrações musculares. Em dado momento era uma pessoa normal, em outro, era uma pessoa totalmente desajustada psiquicamente. A hipnose clínica foi utilizada, e durante seus estágios em estados alterados de consciência, conseguia relatar suas experiências vividas de fantasias e emoções intensas enquanto atendia o pai. E, surpreendentemente, seus sintomas podiam desaparecer se ela recordasse, junto ao sentimento de afeto, as circunstâncias sob as quais suas emoções haviam despertado. Anna chamou a isso de “cura pela conversa”, ficando tão emocionada, que achou importante continuar a discutir sobre os seus múltiplos sintomas, um após o outro. O caso Anna Ó foi então um incentivo a ser aplicado em outros casos. Freud aprofundando os seus conhecimentos na área psicanalítica, criou a teoria do Id, Ego e Superego, além também do conceito psicológico da importância das fases Oral, anal e Fálica. A Associação Livre foi criada como técnica a ser usada durante as sessões análises. Outro grande legado de Freud foi as teorias do consciente e inconsciente, que muito ajudaram e ainda ajudam os profissionais do campo psicoterapêutico em sua compreensão dos problemas da mente humana. Sua teoria sobre análise dos sonhos até hoje ainda não foi superada em termos de compreensão científica. Hoje, é praticamente impossível alguém estudar psicologia, psiquiatria e psicanálise sem conhecer as teorias freudianas. Surgiram muitos outros novos conceitos, mas, todos tiveram como ponto de partida uma mesma base: os conceitos de Freud.

A SOCIEDADE PSICANALÍTICA DE VIENA

As reuniões começaram em 1902, com Freud e quatro outras pessoas – todos eles médicos que praticavam a psicoterapia psicanalítica: Alfred Adler, Wilhelm Stekel, Max Kahane e Rudolf Reitler. Essas reuniões, onde eram discutidos os problemas das técnicas usadas na psicanálise e outros aspectos concernentes a psique humana, tinham lugar no apartamento de Freud, nas noites de quarta-feira. Os tópicos discutidos nessas reuniões variavam muito, tendo, no entanto, um traço unificador: todos eram discutidos dentro de um ponto de vista psicanalítico. Em 1910, achou-se mais viável que as reuniões tivessem lugar no Doktorian Collegiun (Colégio de médicos). Neste período os freqüentadores ou interessados na ciência psicanalítica já não eram apenas médicos, mas, ali se encontravam também críticos de música, editor, secretário, etc. Segundo Ruben Fine, autor citado anteriormente, “em certo sentido a sociedade prenunciou o crescimento da psicanálise, de uma estreita especialidade médica a uma psicologia e filosofia de amplo espectro e grande significado cultural”.
Com o decorrer do tempo e com o surgimento de novas teorias, Freud começou a enfrentar certa oposição que acabou por afastá-lo do grupo. Ele disse sobre este grupo o seguinte:
“só havia duas circunstâncias pouco auspiciosas, que finalmente me levaram a afastar-me,interiormente, do grupo. Eu não pude estabelecer entre seus membros as relações amistosas que devem prevalecer entre homens que estão empenhados no mesmo trabalho difícil; e também não pude sufocar as disputas sobre prioridades, para as quais havia tantas oportunidades de trabalho em conjunto”.

O RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

Ao escrever seu livro sobre a História do Movimento Psicanalítico, Freud traça um histórico que enfatiza o desenvolvimento da psicanálise fora dos limites de Viena. Freud tinha sido convidado para realizar conferências públicas internacionais sobre psicanálise em vários países. A Universidade Clark dos Estados Unidos lhe conferiu honra devida sobre a sua contribuição quanto as suas teorias psicanalíticas. Em 1910, foi fundada então a primeira Associação Psicanalítica Internacional. Daí por diante, o seu crescimento continuou por todo o mundo. Possivelmente, como afirmam muitos (inclusive Freud), o principal erro da Associação Psicanalítica Internacional foi nomear Jung como seu presidente. Essa decisão Freud chamou de: “na realidade, não muito sábia”. As divergências somente aumentaram e Freud concluiu que já não era mais tão moço, e tendo um longo caminho ainda pela frente, era melhor não estar oprimido pelo dever de ser líder numa Associação que se despontava com muitas responsabilidades.

Assim, Freud renunciou a liderança (direito que lhe pertencia), e foi continuar a desenvolver seu pensamento, escrevendo livros e participando de conferências. Com a saída de Freud, escreveu Ruben Fine, “a história primitiva da Associação Psicanalítica Internacional foi perturbada pelas renúncias de vários membros importantes. Em 1911 saiu Adler, em 1913, Jung; ambos levaram consigo vários colegas. No entanto, a maioria dos analistas da sociedade ficou com Freud. Depois da saída de Jung, Abraham o substituiu e guiou a sociedade por caminhos difíceis, até sua consolidação posterior, após a Primeira Guerra Mundial. Desde então ela tem crescido continuamente...”

CRONOLOGIA DA VIDA E OBRA DE SIGMUND FREUD

1815
- Nasce Jackob Freud, pai de Sigmund Freud.
1856
- nasce Schlomo Sigismund Freud. Aos 22 anos de idade, ele muda o pe-nome para sigmund. Segundo o costeme das famílias judaicas da época, ele recebera um segundo prenome Schlomo.
1860
- Sua familia se instala em Viena.
1865
- Freuds entra na escola secundária, com um ano de antecedencia.
1873
- Aprovado com gande exito , freud ingessa na Universidade de Viena para estudar medicina, formou-se 8 anos depois.
- Freud descobe o anti-semitismo, ao lê Goethe.
- Nasce Húngaro Sandor Ferenczi, que se torna mais tarde, o discipulo preferido de Freud, e o clinico mais talentoso da história do freudismo.
- Nasce também Juliano Moreira,baiano que se torna médico e depois de formar-se em psiquiatia dinâmica na Europa, torna-se um dos inodutores das idéias freudianas no Brasil.
1875
- Freud viaja a Mancheste, onde enmcontra o meio irmão Philip e a sobrinha Pauline.
1876
- Freud desenvolve trabalho em neurologia e fisiologia.
- Entra para o laboratório de Brucke para estudar o sisema nervoso dos peixes.
- acompanha o seu curso sobre a fisiologia da voz e da linguagem.
- assiste ambém em viena às aulas de Brenano, curso de filosofia. Obrigatório para os estudantes de medicina (teorico do conceito de consciencia).
1878
- Freud conhece Josef Breuer.
- Estuda a neuropsiquiatria infantil.
1879
- começa a fequentar os cursos de psiquiatria de Theodor Meynert.
- Nasce o psicanalista ingles Ernest Jones de grande importancia para a história política do freudismo. Fez um grande trabalho de implantação das idéias freudianas no canadá e nos EUA.
1880
- Breuer inicia o tratamento de bertha Pappenheim, que sob o pseudonimo de Anna O, será também a primeira paciente histérica de Freud
- Freud traduz quatro ensaios de John Stuart Mill, sobre a quesão operária e a emancipaão da mulheres, o socialismo e Plaão.
1881
Freud conclui o curso de medicina.
1882
- Freud conhece a sua futura esposa, Matha Bernays, da familia de um comentado da Poética de Aristoteles, Jacob Bernays, interessado prinncipalmente na recosntiuição dos texo sobre a catase.
- Brauer fala com Freud, sobre o caso de Anna O.
1883
- Freud ingressa no serviço militar.
1885
- Freud é nomeado "Privatdazent" e ganha uma viagem de estudos, e vai para Paris, onde começa seu estágio com Charco na Salpêtriere. Este terá papel fundamental na formação de Freud.
1886
- Freud volta a Viena, onde se esabelece como médico e dirige o depatamento de Neurologia, primeiro instituto público para crianças. Entre 1886 e 1890, ele exerce a medicina como especialista em doenças nervosas.
- Em setembro, Freud se casa com Marha Bernays, com quem terá 6 filhos.
- em 15 de outubro, ele fez uma palesta sobre a histeia masculina na Sociedade dos Médicos.
- Traduz as "Lições de Terça Feira, de Chacot".
- Estudos de neuropsiquiaria infantil.
1887
- Freud conhece Fliess.
- Pratica hipnose.
- Reside na França, em Nancy, para trabalhar com Bernheim.
1888
- Ele publica a tradução das "Leçons sur lês maldadies du systeme nerveux", de Charcot.
1889
- Inicia seus estudos com hipnose e publica a tradução de "De ia suggestions et de sés applications à a therapeutique", de H. Bernheim.
1990
- Escreve "Traamento psiquico (ou mental) e começa a praticar om seus pacientes o método cartático.
1991
Ele instala o seu consulório na Berggasse, em Viena, onde ficaria alí até a sua partida para a Inglaterra,cerca de quase cinquenta anos.
1992
- Ele elabora o método das associações live livres (uma técnica usada pela psicanálise na qual o paciente deve esfoçar-se a dizer tudo que lhe vier a cabeça, principalmente aquilo que ele se sinta tentado a omitir).
1893
- Freud passa a se corsponder com wiljeim Fliess, seu amigo intimo e medico voltado aos estudos relacionados à sexualidade. A correspondencia ente eles dará uma grande contribuição ao desenvolvimento da teoria psicanalitica de Freud.
- Redação com Breuer, a "Comunicação Preliminar" aos "Estudos sobre a histeria.
- Ele escreve um artigo necrologico sobre Charcot que faleceeu em 16 de agosto deste mesmo ano.
- Publica em francês, na "Revue Neurologique", do artigo "algns pontos para um estudo comparativo da paralisia motoras oganicas e histéricas".
- Desxcobre os conceitos de defesa e recalcamento ou repressão.
1894
- Ele publica "as Psiconeurose de defesa" e sua tradução das "lençons dumardi", de Charcot.
_ Rompe com Breuer, E descobre o conceito de tansferência.
1895
- Nesse ano, Freud faz a sua primeira interpretação de um sonho. O seu propio sonho "A injeção de irma, que parece ser a emoção de um romance familiar da oigens e história da sicanálise.
- Nesse mesmo ano, publica em frances a oba "obsessões e fobias".
- Ainda nesse ano, em dezembro, nasce a filha de Freud, Ana Freud, que se tornará psicanalista com sua propria corrente de pensamento, ela torna-se uma celebre picanalista de crianças.
1896
- Surge pela primeira vez, o termo psicanálise, para dar nome ao método especifico da psicoterapia.
- Freud publica novos comentários sobre as "Psiconeuroses de Defesa".
- Morre o pai de Freud, Jakob Freud.
1897
- Freud dá inicio através de uma correspondencia com Wilheim Fliess,o que ele passa a chamar de auto-análise.
- Nesse mesmo ano, Freud escreve à Fliess, informando-lhe que está abandonando a eoria da sedução, segundo a qual a principal causa das neuroses sáo os traumnas causados nas crianças pelos adulos.
- Nesse mesmo ano também, Freud começa a redigir a sua teria sobre "A interpretação dos sonho", Sa primeira teoria do aprelho psiquico como um aparelho de reflexo.
- Ainda nesse ano, ele descobre o inconsciente como um sistema; descobre ambém o conceito de Édipo, tendo como primeira interpretação da tragédia de Édipo Rei, de sófocles.
1898
- Freu realiza uma conferência sobre "A Sexualidade na Etiologia das Neurises".
1899
- Publicação de "AInterpretação dos sonhos", de Freud (Sua edição porém é datada de 1900;
1900
- Em outubro, ele inicia a análise de Dora (um caso de histeria e a questão da transferência).
- nesse ano nasce Durval Baliegardi Marcondes, que se tona mais tarde o médico fundador da Sociedade Brasileira de Psicanálise. Ele tomo conhecimento das obras de Freud, aos 20 anos.
1901
- Nasce Jacques Lacan, psicquiatra e psicanalista, responsável por formular a obra feudiana, dando-lhe um carater mais filosofico e tirando-lhe o substrato biológico.
- Freud publica: "A Psicopatologia da Vida Cotidiana", "sobre os sonhos" e viaja para Roma.
1902
- Surge a pimeira Sociedade Psicanalítica do mundo, em Viena, como o nome de "Sociedade Picológica das Quartas feiras".
- Nesse ano, Freud viaja a Nápoles.
- Steckel, um disipulo de Freud, começa a praticar a psicanálise.
1903
- Freud analisa uma criança de 5 anos. É a primeira psicanálise feita em crianças.
- Descoberta da primeira teoria das pulsões: pulsão sexual e pulsão do Eu.
1904
- Freud viaja para Atenas, Grécia e a Acrópole.
- inicia corespondencia com Eugen Bleuler em Zurique e esceve sobre a psiquiatria.
1905
- Freud publica: "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade", "Fragmentos da análise de um caso de histeria" (Caso de Dora), "Os chistes e sua relação com o inconsciente", "A psicanálise e a determinaçao dos fatos nos processos jurídicos" (baseados em conferencia feita em Viena em junho de 1905 para estudantes de direito)
- Desoberta dos estágios de desenvolvimento da sexualidade infantil.
- Freu conhece Jung.
1906
- Freud começa seu ontto por correspondencia com Jung. (Jung foi amigo de Freud até 1913, suas correspondencias chegaram a 359 cartas)
1907
- Jung cria a Sociedade Freud em Zurique. Mais tarde passa a ser chamada de "Sociedade Psicanalitica de Zurique.
- Freud publica: "O esclarecimento sexual das criança", "Delirios e sonhos na Grávida de Jensen" e "Atos obsessio e prátias religiosas".
- Visita Carl Gustav Jung. Cinhece Karl Abraham
1908
- Freud recebe a visita de Sandor Ferenczi. Apartir desse primeiro encontro, trocam cerca de 1.200 cartas durante 25 anos.
- Nesse mesmo ano, acntece o Primeiro Congreso Internacionl de Psicanálise em Salzburo, com o título: "Encontro dos Psicólogos Freudianos". Nesse congresso, em que 42 membros de 6 países esiveram presentes, Freud encontra-se com Ernest Jones pla primeira vez.
- Ainda nesse ano, acontece também o Primeiro Congresso sobre Psicanálise em Salzburgo, Ausria. Hermine Von Gug-Hellmuth se torna a primeira mulher psicanalista de crianças.
- Freud publica: "Sobre as teorias sexuais das criançs", "Ecriores criaivo e deaneio", "Carater e eritismo anal" e "Moral sexual civilizada e doença nervosa moderna".
- Visita de Sandoir Ferenczi.
- Descoberta do complexo de castração
1909
- Freud publica "Análise de uma fobia em um menino de cino anos". (Pequeno Hans), "Notas sobre um caso de neurose obsessiva" (Homens dos ratos), "Romnces familiares".
1910
- É criada a international Psychoanalytical Association (IPA), no II Congresso Internainal de Picanálise de Nuremberg, sendo Crl Jung eleito seu primeiro presidente.
- Freud publica: "Um tipo esecial de escolha de objeto feita pelo homens", "Psicanálise selvagem ou silvesre", "As perpectivas futuras da terapia psicanalitica", "A significaçao antitética das palavras primitivas", "Cinco liçoes de psicanálise" e Leonardo da Vinci e uma lembrança da sua infancia" (cinco estudos da neurose à psicose).
- Realizado o congresso de Welmar.
- Alfred Adler pede renncia da Sociedade Psicanalitica de Viena.
1911
- Freud publica: "Formulações sobre os dois princiios do funcionamento mental", "Notas psicanaliticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia" (Dementia paranides, caso Scheber).
- Ernest Jones cria a Anerican Pycoanalytic Association (APSAA).
- Freud publica: "O manej da interpretaçao de sinhos na psicanálise", "A dinâmica da transferencia", "Recomendsaçoes aos médicos que exercem a psicanálise", "Totem e tabu", "sobre a tendencia universal à depreciaao na esfera do amor" e "uma nota sobre o inconsciente na psicanálise".
1913
- Início do conflio entre Jung e freud, após Jung tentar convencer Freu a dessexualizar sua doutrina. O que resulou na ruptura definitvia entre eles.
- É fundada a "Zeitschrift Fur Psychoianalyse".
- Freud publica quatro obras: "O interesse cientifico da psicanálise", "Das mentiras conadas por crianças", "O tema dos três escrimnios" e "A disposiao à neurose obsessiva".
- Ferenczi funda a Sociedade de Budapeste.
- Ernes Jones funda a Sociedade de Londres.
1914
- Jung renuncia a presidencia da Associação Internacional. E Freud escreve: "A História do movimeno psicanalitico", "Sobre o nacisismo: Uma introdução" e "Moisés de Michelangelo".
1915
- Freud publica: "Um caso de paranía que contraria a teoria psicanaliica da doença", "As pulsões e suas vivissitudes", "Observações sobre o amor transferencial" (Novas recomendações sobre a técnica da psicanálise III", "Reflexões para os tempos de guerra e morte", "O inconsciene " e "Recalcameno ou Repreessão".
1916
- Freud publica mais uma obra: "Alguns tipos de caracteres encontrados no trabalho psicanálitico" e "Sobre a transitoriedade"
1917
- Freud publica: "Conferencia introdutória sobre a psicanálise", "Luto e Melancolia", "As transformações da pulsão exemplicadas no erotismo anal" (As transformações d instinto exemplificadas no erotismo anal), "Suplemento metapsicológico à teoria dos sonhos", "Uma dificldade no caminho da psicanálise" e "Tabú da virgindade".
1918
- Freud publica: "Historia de uma neurose infanil" (homem dos lobos).
1919
- Fred publica sua obra: "O Estranho", "Bate-se numa criança" (uma criança é espancada), "Sobre o ensino da psicanálise nas universidades" e "introdução à psicanalise e as neuroses de guerra".
1920
- A filha primogenita de Freud, Sofia, veio a falecer e depois seu neto, Filho de Sofia.
- Freud poblica mais uma obra: "Memorando sobre o tratamento elétrico dos neuróticos de guerra", escrito para o processo movido contra Wagner-Jauregg, "Mais além do priniio do prazer".
- Fundação da policlinica de Berlim e do "International Journal of psychoanalysis".
- Segunda teoria do aparelho psiquico: Isso (Id), Eu (Ego), Supereu (Superego) e Mundo externo.
- Segunda teoria das pulsões: "Pulsão de vida e pulsão de morte".
- Além do princípio do prazer. Descobre o conceito de complsão à repetição.
1921
- No Brasil, em São Paulo, Durval Marcondes começa a se orientar para a psicanálise.
- Freud publica mais uma obra: "Psicologia das massas e análise do eu" (Psicologia de grupo e a análise do ego).
1922
- Freud constata que estar com um cancer no maxilar, tendo que se submeter a 23 cirurgias e a perder o maxilar superior, senso obrigado a instala uma prótese para separar a boca.
- Nesse mesm ano, foi feita primeira difusão das obras de Freud em espanhol na américa Latina.
- Ainda nesse ano, Freud publica "O eu e o isso" (O ego e o Id), "observações sobre a teoria e a prátia da interpretação de sonhos", "Dois verbees de enciclopédia" ("Psicanálise" e "Teoria da libido"), "Uma breve descrição da psicanálise", " A dissolução do complexo de édipo".
- Surge os primeiros sinais de cance de boca (Madúbula), primeira cirugia.
- Instauração do conceio do falo.
- Morre o neto de Freud, "O mais amado", Heins
- Importancia do conceito do Isso (id) como o campo mais impessoal e mais esranho ao Eu (ego).
De
1924 à 1939, muitas coisas coisas aconteceram, muitas obras foram publicadas.
1939
- Nesse ano, a ciência médica, tem uma grande perca. Aos 83 anos, no dia 23 de setembro, às três horas da manhã, depois de dois dias de coma, vítima de um câncer na mandíbula, do qual sofreu durane 16 anos, Freud morre tranqüilamente, deixando um legado de grandes proporções, que tem sido um referencial de grande valor para a psicanálise.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

NEUROSES

Muito se fala em problemas de ordem psíquica e neurológica, mas pouco se fala sobre as neuroses. Segundo o Professor Albino Aresi “Neurose é a frustração de uma necessidade fundamental psicossomática, super-valorizando as tendências do id, ou seja as pulsões do corpo, e minimizando as exigências do espírito, da alma, pela violação da hierarquia de valores”. Em consequência, nos sindromas nosológicos (oriundos da nosologia, que é a parte da medicina que trata da classificação das doenças de toda sintomatologia psiconeurótica) sempre haverá directa ou indirectamente a sufocação do super-ego pela super-valorização das tendências fundamentais biológicas do id como poderá haver frustrações patológicas das próprias tendências desse id como o misticismo doentio, como acontece no Estoicismo dos faquires que fazem a greve da fome, sendo estoicismo uma corrente filosófica datada do séc. XIV que pretendia tornar o Homem insensível aos males físicos e morais, princípios rígidos, austeridade, tendência para a indiferença dos bens da terra; do Niquilismo Brahamanes, em que procuram a auto-mutilação ou o auto-mutismo numa auto-punição em que os que se sentem culpados procuram a auto-destruição. Implicitamente a neurose sempre contem uma inversão de valores, e segundo Rudolf Allers, a neurose origina-se da exaltação da tensão que existe no Homem entre a vontade de poder e a impossibilidade de poder, o que origina como consequência uma forte revolta contra a limitação, a sua finitude, a impotência naturais, revolta essa transformada em doença ou anormalidades pelas somatizações ao comportamento perverso.

Ludwig Knoll considera a neurose como sendo proveniente de perturbações psíquicas não apresentando muitas vezes qualquer causa física, nesse senido, a neurose é funcional, mas não orgânica; embora dê origem frequentemente as consequências orgânicas que são as doenças psicossomáticas que afectam tanto o psiquismo como o corpo. Segundo Ludwig Knoll que consegue resumir teorias Freudianas, Junguianas, Teillaristas, etc., “as neuroses resultam de conflitos que não puderam ser resolvidos entre desejos pulsionais e obstáculos ou inibições que se opuseram à sua realização”. As neuroses baseiam-se essencialmente: num conflito íntimo, num conflito intra-psíquico. Na formação educativa da criança, esta cresce em ambientes cujas regras convencionais ou convenções dogmatizadas que conduzem a interdições constrangedoras, e originam medos como do que se diz, do que se pode dizer e afectar, de desagradar, de falhar, das críticas… que são interiorizadas e recalcadas com grande sofrimento por vezes e passam ao longo do tempo para os níveis do inconsciente.

Está comprovado que os conflitos que levam à neurose são originados desde as infâncias, pois os adultos não lhes podem fazer compreender as regras preconceituais que lhes impõem. As neuroses infantis são frequentemente ignoradas pelos adultos que as interpretam como comportamentos naturais da infância ou são rotulados por vários defeitos éticos. Mas a verdade é que deixam sempre marcas donde poderão resultar mais tarde algumas das variadíssimas neuroses do adulto. Muitas vezes por não terem sido resolvidos problemas infantis graves e apenas recalcados, os conflitos mantêm-se inalterados no inconsciente, mesmo que surgissem mudanças vivenciais estes conflitos infantis ficam como uma fixação na infância e pode surgir o “infantilismo” e outros tipos de doenças neuróticas. O adulto neurótico, sem o saber, comporta-se com os que lhe estão mais perto, especialmente os familiares, como se comportava muitas vezes na infância. A pior situação neurótica de um lar está contida na “família ansiosa”. A ansiedade dos pais pode manifestar-se pelo comportamento super-protector, um dos principais factores para a criação de estados neuróticos. As crianças assimilam essa ansiedade que se avoluma. O excessivo cuidado dos pais cria insegurança nos filhos, provocando muitas vezes revolta e até agressividade. A ansiedade dos pais pode chocar-se com a rebelião da criança que considera a super-protecção como uma restrição à sua personalidade. Muitas vezes essa atitude super-solícita dos pais, interpretada pelas crianças como punitiva e crítica pode agravar a revolta da criança, a qual, por sua vez, aumenta a ansiedade e desaprovação dos pais. Nunca esquecer, a criança é um verdadeiro radar! Capta tudo o que se passa entre os pais e dos que lhe estão mais próximos. Normalmente é a mãe, quem mais está com a criança. A influência de uma mãe neurótica sobre um filho é notável, dadas as características afectivas-emocionais de que se reveste a relação, resultando frequentemente conflitos intra-psíquicos gravíssimos, problemas graves de se resolver. No traamento das neoroses infantis, frequentemente é necessário tratar primeiro os pais, pois pais nervosos, inseguros, que vêem perigo em tudo, geram filhos fóbicos, tristes, e são causadores da grande doença que é a perda de mecanismos de defesa, ou seja a “perda de defesa vital”.

Como já afirmei os conflitos geram-se a partir da infância obrigando a criança a comportamentos que ela não entende, especialmente preconceitos tradicionalistas e convencionalistas, que variam consoante civilizações e até de família para família, que são verdadeiras agressões à natureza da criança. A transgressão dessa hierarquia de valores estabelecidos é inevitavelmente sentida como um angustiante complexo de culpa; essa transgressão gera na criança e mais tarde no adolescente uma afronta ao “Eu” intrínseco levando-a a uma baixa auto-estima. Este dilema psíquico provoca no Homem as neuroses noógenas que vêem desde a infância e provocam na grande maioria da humanidade conflitos intra-psíquicos numa luta entre os valores do espírito, da ética e as pulsões da matéria. Estes conflitos conduzem ao que Freud e Addler chamam de “perversão”, que nada mais é, que uma situação de desorientação mental e física, e nome este que diz quase exclusivamente ao comportamento sexual e às relações de afectividade originando uma infelicidade no Ser que os vive, problemas psicosexuais muitas vezes escondidos.

A PERVERSÃO que Jung e outros psicanalistas consideram como um desvio que diz respeito quase exclusivamente ao comportamento sexual e às relações de afetividade que seguem caminhos fora da normalidade. Por exemplo, os neuróticos psicosexuais podem ter práticas de perversão variadas, como: a sexualidade inibida e que provoca fixações, ou jovens que estão privados de contactos sexuais até muito tarde que torna o organismo inevitável, e tudo é uma maneira de satisfazer sexualmente o que é interdito ou inacessível.

Quero ainda deixar nesta página, algo sobre traços fundamentais do neurótico em qualquer das manifestações de neurose.

Normalmente o neurótico está muito sujeito a doenças tanto físicas como emocionais. No entanto, investigações profundas, e estudando os “porquês” concluíram que a susceptibilidade à doença tem frequentemente origens psicológicas e o enfraquecimento das defesas biológicas que pode originar com maior risco a doença física em situação de sofrimento psicológico. Também investigadores científicos encontraram provas que os indivíduos possuidores de certos traços neuróticos da personalidade, como a ansiedade crónica, o pessimismo, a hostilidade, têm fortes probabilidades de adoecer cerca dos 40 anos, surgindo frequentemente numerosas psicossomáticas. Outros comportamentos neuróticos que vulgarmente acompanham a humanidade, sem que se lhe dê importância, é a repetição da verificação se o bico de gás está apagado, voltar a verificar várias vezes se as luzes não estão acesas, se as coisas ficaram devidamente tratadas que nada possa originar perigo, e até depois da porta cerrada e já a caminho para ir descansar voltar atrás para verificar novamente se a porta ficou bem fechada.

E por vezes as pessoas ainda permanecem inseguras e quando continuamente preocupadas, aflitas por este género de ansiedades e dúvidas podem originar um distúrbio de personalidade chamado Neurose Obsessiva-Compulsiva.

Outro exemplo é alguém afligido com opressivo receio de contágio, de infecções, lava as mãos dezenas de vezes por dia. Uma compulsão de asseio exagerado de qualquer tipo provou-se que não tem verdadeiramente relação com o asseio físico e aspira antes restaurar valores desconhecidos de sentimentos dignos, de ética queinconscientemente parecem ameaçados.

Uma utra manifestação neurótica é quando alguém não consegue começar a trabalhar sem ter arrumado na sua secretária todos os objectos na ordem precisa e determinada habitual, pois se assim não estiver o indivíduo não tem o sentimento de segurança.

Os neuróticos pela sua imaturidade emocional manifestam-se em geral egoístas e egocentristas, orgulhosos (máscara que por vezes encobre muitos complexos), ambiciosos e ávidos de poder e domínio. As principais manifestações do neurótico além destas e outras são a susceptibilidade, melindre exagerado, uma insegurança angustiante e o escrúpulo, que não é mais que um contínuo remorso das falhas passadas. Comenta frequentemente as vivências e os erros do passado, preocupando-se exageradamente com ele, justificando culpas sempre com racionalizações. A psicologia profunda define o escrúpulo como um desvio de culpabilidade precisando por vezes de se punir e acusa-se de tudo, num processo inconsciente. Nunca esquecer que o medo é indubitavelmente o elemento essencial para qualquer neurose. Tornam-se por vezes supersticiosos pela sua insegurança.

O neurótico para sustentar a sua personalidade desajustada e insegura cria mentalmente por vezes como realidade situações imaginárias em que o egocentrismo é uma característica fundamental do seu carácter. Ele vive num sofrimento dolorosamente real, por vezes num verdadeiro martírio. Não sabe nem consegue encontrar capacidades de se libertar dos penosos sintomas orgânicos e de viver num mundo psiquicamente angustiante. Vive iludido, tendo como um dos traços fundamentais a falsidade em que assenta as suas vivências, refugiando-se em continuas máscaras de racionalizações permanentes e perdendo por vezes a sua identidade.

Também se pode descrever como neurótica uma sociedade no seu conjunto. Há toda uma série de conflitos entre os indivíduos que não são resultado de decisões conscientes, que são recalcados, deslocados, desajustados de tal modo que não conseguem descortinar as motivações, as causas das situações. Estes indivíduos geram conflitos entre humanos com quem não se conseguem adaptar.

Fonte: http://www.portugal-linha.net/arteviver/new_page_6.htm.

sábado, 15 de maio de 2010

Grandes Vultos da Históira da Psicanálise - Melanie Klein



Biografia de Melanie Klein

Há mais de cem anos, em 30 de março de 1882, nasceu em Viena Melanie née Reizes (1882-1960), futura Melanie Klein, psicanalista britânica de origem austríaca. Seu pai, Moritz Reizes, era um médico judeu polonês, originário de Lemberg, na Galícia, que se tornou clínico geral graças a uma ruptura com pais tradicionalistas. Sua mãe , judia eslovaca brilhante, dedica-se, por necessidades familiares, ao comércio de plantas e répteis, cuja família, erudita e culta, era dominada por uma linhagem de mulheres. Melanie Klein, pouco desejada, foi a quarta entre os filhos desse casal que não se entendia. Quando, por sua vez, se tornou mãe, também sofreria em sua vida particular as intrusões de sua mãe, Libussa, personalidade tirânica, possessiva e destruidora. A juventude de Melanie foi marcada por uma série de lutos, muitos provavelmente responsáveis pela culpa, cujos vestígios se encontram em sua obra teórica.
Tinha quatro anos quando sua irmã Sidonie morreu de tuberculose com a idade de 8 anos; tinha 18 quando o pai, debilitado há longos anos, morreu, deixando-a com a mãe; tinha 20 quando seu irmão Emmanuel, que a influenciara muito e a quem estava ligada por uma relação de tons incestuosos, morreu esgotado pela doença, pelas drogas e pelo desespero. Phyllis Grosskurth observou que Melanie se casou pouco depois desse falecimento, pelo qual se sentia culpada, o que, acrescentou, “provavelmente tinha sido o objetivo perseguido por Emmanuel”.
Klein estudou de início arte e história na Universidade de Viena, porém as dificuldades econômicas que se seguiram à morte do pai parecem ter sido a causa de sua renúncia aos estudos de medicina, que ela decidira empreender com o objetivo de ser psiquiatra. Essas mesmas dificuldades explicariam igualmente seu casamento precipitado, em 1903, com Arthur Klein, engenheiro químico de caráter sombrio, que ela conhecera dois anos antes, que por força de suas atividades profissionais era obrigado a muitos deslocamentos o que possibilitou a Melanie aprender muitas línguas estrangeiras e do qual se divorciaria em 1926.
Em 1910, por insistência de Melanie, cronicamente deprimida, o casal, cujo desentendimento era alimentado pelas incessantes intervenções de Libussa, se fixou em Budapeste. Em 1914, sua mãe morreu e nasceu seu terceiro filho, Erich Klein (futuro Eric Clyne), que ela analisaria, como Hans e Melitta, o irmão e a irmã mais novos. Mas esse ano de 1914 foi também o de sua primeira leitura de um texto de Sigmund Freud, “Sobre os sonhos”, e do início de sua análise com Sandor Ferenczi. Essa análise foi interrompida devido à guerra. Ela recomeça, em 1924, mas em Berlim, com K.Abraham, que morreria no ano seguinte. A análise é concluída em Londres, com S.Payne.
Melanie Klein logo começou a participar das atividades da Sociedade Psicanalítica de Budapeste, da qual se tornou membro em 1919. Antes, em 28 e 29 de setembro de 1918, sob a presidência de Karl Abraham, o V Congresso da International Psychoanalytical Association (IPA) se realizou nessa cidade, que Freud considerava como o centro do movimento psicanalítico. Era a primeira vez que Melanie Klein via Freud. Escutou-o ler, na tribuna, sua comunicação “Os novos caminhos da terapêutica psicanalítica” e, fortemente impressionada, tomou consciência de seu desejo de se consagrar à psicanálise. Em julho de 1919, levada por Ferenczi, apresentou, diante da Sociedade Psicanalítica de Budapeste, seu primeiro estudo de caso, dedicado à análise de uma criança de cinco anos, que na realidade era o seu próprio filho Erich. Uma versão reformulada dessa intervenção, na qual ela dissimulou a identidade do jovem paciente chamando-o de Fritz, constituiu seu primeiro escrito, publicado no “Internationale Zeitschrift für Psychoanalyse”. Um ano depois, uma terceira versão desse trabalho apareceu em “Imago”: “A criança de que se trata, Fritz, escreveu ela, é um menino cujos pais, que são de minha família, habitam na minha vizinhança imediata. Isso permitiu encontrar-me muitas vezes, e sem nenhuma restrição, com a criança. Além do mais, como a mãe segue todas as minhas recomendações, posso exercer uma grande influência sobre a educação de seu filho.”
O terror branco e a onda de anti-semitismo que assolava Budapeste depois do fracasso da ditadura comunista de Bela Kun (1886-1937) obrigaram os Klein a deixar a capital e a exilar-se. Em 1920, Melanie Klein participou em Haia do Congresso Internacional da IPA. Ali, encontrou Hermine von Hug-Hellmuth e principalmente, graças à recomendação de Ferenczi, Karl Abraham. Este acabava de fundar, com a ajuda de Max Eitingon, a famosa policlínica do Berliner Psychoanalytisches Institut (BPI), onde eram acolhidos muitos pacientes traumatizados pela guerra. Atraída pela personalidade de Abraham e pela vitalidade do grupo de analistas que o cercava, Melanie Klein se instalou, em 1921, na capital alemã. Um ano depois, tornou-se membro da Deutsche Psychoanalytische Gesellschaft (DPG) e, em setembro de 1922, assistiu ao VII Congresso da IPA, durante o qual participou das primeiras discussões sobre a questão da sexualidade feminina, depois da contestação das teses freudianas por Karen Horney.
No congresso psicanalítico de Haia, em 1920, conheceu Abraham, que a convidou a se mudar para Berlim, onde ela se instalou como psicanalista, continuando com ele sua análise pessoal. Quando Abraham morreu, Melanie Klein deixou Berlim, cujo meio psicanalítico aderia às idéias da Anna Freud, julgando as suas pouco ortodoxas. Em 1925, no congresso de Salzburgo, leu seu primeiro artigo sobre a técnica da análise de crianças. Impressionado com esse trabalho, Jones a convidou para dar conferências na Inglaterra, país onde Melanie Klein se instalou definitivamente em 1926. Em 1922 se divorciara do marido, de que já estava separada havia algum tempo.
No começo de 1924, Melanie Klein começou uma segunda análise, com Karl Abraham, de quem adotaria algumas idéias para desenvolver suas próprias perspectivas sobre a organização do desenvolvimento sexual. Em abril, no VIII Congresso da IPA em Salzburgo, apresentou uma comunicação altamente controvertida sobre a psicanálise da crianças pequenas, na qual começava a questionar certos aspectos do complexo de Édipo. Foi apoiada por Abraham e também por Ernest Jones, que seduzido por esse discurso contestatário, até interviria junto a Freud para que este aceitasse levar em consideração essas declarações heréticas. Em 17 de dezembro do mesmo ano, Melanie foi a Viena para fazer uma comunicação sobre a psicanálise de crianças na Wiener Psychoanalytische Vereinigung (WPV), e nessa ocasião confrontou-se diretamente com Anna Freud. O debate estava então aberto, e trataria do que “devia” ser a psicanálise de crianças: uma forma nova e aperfeiçoada de pedagogia (posição defendida por Anna Freud) ou a oportunidade de uma exploração psicanalítica do funcionamento psíquico desde o nascimento (como queria Melanie Klein)?
Em Berlim, Melanie fez amizade com Alix Strachey, também analisanda de Abraham. Com a ajuda do marido, James Strachey, que estava em Londres, Alix introduziu Melanie na British Psychoanalytical Society (BPS). Graças também ao apoio de Ernest Jones, fez uma série de conferências em Londres, em julho de 1925. Essa permanência na Inglaterra a encantou, a ponto de despertar nela o desejo de se estabelecer além-Mancha, o que se realizaria mais cedo do que ela imaginava em virtude da morte de Karl Abraham em dezembro de 1925. A pedido de Jones, que a convidou a passar um ano na Inglaterra, Melanie Klein deixou Berlim em setembro de 1926. Sua instalação em Londres marcou efetivamente a abertura das hostilidades entre a escola vienense e a escola inglesa: quaisquer que fossem os esforços de Jones para convence-lo de que as teses kleinianas se inscreviam na lógica das suas, Freud, desejando apoiar Anna, manifestaria um descontentamento crescente.
Em Londres, Melanie Klein experimentou suas teorias, tratando filhos perturbados de alguns de seus colegas: o filho e a filha de Jones, por exemplo. Sua personalidade invasiva provocou à sua volta paixões e repulsas. Em março de 1927, Anna Freud fez uma comunicação ao grupo berlinense da DPG. Na verdade, tratava-se de um verdadeiro ataque contra as teses kleinianas em matéria de análise de crianças. Houve críticas e Freud irritou-se. A discordância entre ambas não parava de crescer, referindo-se especialmente à oportunidade da análise de crianças: parte integrante da educação geral de toda criança, afirmava Melanie Klein; necessária apenas quando a neurose se manifesta, replicava Anna, que circunscrevia a análise de crianças apenas à expressão do mal-estar parental, enquanto Melanie autonomizava a criança, tanto em sua demanda quanto no tratamento.
Em setembro de 1927, durante o X Congresso Internacional em Innsbruck, o conflito se ampliou: Klein apresentou uma comunicação, “Os estádios precoces do conflito edipiano”, na qual expunha explicitamente suas discordâncias com Freud sobre a datação do complexo de Édipo, sobre seus elementos constitutivos e sobre o desenvolvimento psicossexual diferenciado dos meninos e das meninas. Em outubro de 1927, apoiada pela renovada confiança de Jones, Melanie foi eleita para a BPS.
As idéias de Melanie Klein suscitaram fortes oposições, que tomaram uma amplitude considerável com a chegada na Inglaterra dos psicanalistas expulsos pelo nazismo, entre os quais A. Freud e E. Glover, que consideravam suas idéias meta psicológicas uma heresia idêntica às de Jung e Rank.
Em janeiro de 1929, começou a tratar de uma criança autista de quatro anos, filha de um dos seus colegas da BPS, à qual deu o nome de Dick. Logo percebeu que ele apresentava sintomas que ela nunca havia encontrado. Não expressava nenhuma emoção, nenhum apego, e não se interessava pelos brinquedos. Para entrar em contato com ele, colocou dois trenzinhos lado a lado e designou o maior como “trem papai” e o menor como “trem Dick”. Dick fez o tem com o seu nome andar e disse a Melanie: “Corta!”. Ela desengatou o vagão de carvão e o menino guardou então o brinquedo quebrado em uma gaveta, exclamando : “Acabou!”. A história desse caso se tornaria célebre, por mostrar como alguns psicanalistas não conseguem dar aos filhos o amor que esperam deles.
Dick continuou a análise com Melanie Klein até 1946, com uma interrupção durante a Segunda Guerra Mundial. Quando Phyllis Grosskurth se encontrou com ele, então com cerca de 50 anos, não tinha mais nada a ver com o menino fechado de outrora. Era até francamente tagarela.
Em 1932, Melanie Klein publicou sua primeira obra síntese, “A psicanálise de crianças”, na qual expunha a estrutura de seus futuros desenvolvimentos teóricos, sobretudo o conceito de posição (posição esquizo-paranóide/posição depressiva), assim como sua concepção ampliada da pulsão de morte. Mas, nesse mesmo ano, que inaugurou um aparente período de calma institucional para ela, sua vida particular foi perturbada por conflitos que teriam, alguns anos depois, pesadas repercussões em sua vida profissional. Sua filha Melitta Schmideberg, casada com Walter Schmideberg, amigo da família Freud e de Ferenczi, tornou-se analista. Sem perceber, Melanie repetiu com sua filha o comportamento que Libussa tivera com ela. Foi por ocasião de uma retomada da análise com Edward Glover que Melitta se afastou de Melanie. Logo seria publicamente apoiada em sua atitude por seu analista, que não hesitou em manipular as tensões familiares para reforçar suas próprias posições teóricas diante de Melanie.
A partir de 1933, Melanie Klein, que sofria os ataques incessantes de Glover e de Melitta, via com terror a chegada a Londres dos analistas vienenses e berlinenses que fugiam do nazismo. Confidenciou a Donald Woods Winnicott que pressentia, na instalação desses refugiados que lhe eram na maioria hostis, a iminência de um “desastre”. Alguns meses depois da chegada dos Freud a Londres, as hostilidades irromperam efetivamente. Em julho de 1942, a tensão no seio da BPS atingiu um ponto crítico. Enquanto Londres era bombardeada, tomava-se a decisão de fazer reuniões para discutir os pontos de discordância científicos e clínicos. Assim começou o período das Grandes Controvérsias, inaugurado por um ataque violento de Edward Glover contra a teoria e a prática dos kleinianos. Ernest Jones, em quem Melanie Klein acreditava ter um fiel aliado, saía freqüentemente dessa cena, cujos atores eram essencialmente mulheres, umas reunidas em torno de Melanie, outras em torno de Anna Freud. Os confrontos assumiram tal intensidade que Donald Wood Winnicott, partidário de Melanie, interrompeu uma noite os debates para observar que um ataque aéreo estava ocorrendo e era urgente procurar abrigo.
Em novembro de 1946, depois de intermináveis negociações, marcadas principalmente pela demissão de Edward Glover, um “laady’s agreement” se produziu – mas que nem sempre foi respeitado-, resultando na institucionalização de uma divisão da BPS entre kleinianos, annafreudianos e independentes.
Em 1995, Melanie Klein, que nada perdera de seu dinamismo e de sua agressividade, interveio de maneira esmagadora no Congresso da IPA em Genebra, apresentando uma comunicação intitulada “Um estudo sobre a inveja e a gratidão”, na qual desenvolvia o conceito de inveja, que articulava com uma extensão da pulsão de morte, à qual dava um fundamento constitucional. Ao fazer isso, reatava com aquele que sempre considerara o seu mestre, Karl Abraham. Melanie Klein acabava assim de dar partida a uma nova controvérsia, que, se não teve a amplitude das precedentes, a levou à ruptura com Winnicott e com Paula Heimann, que fora a mais inteligente e a mais ardorosa dos adversários de Glover em 1943.
Nunca tendo se reconciliado com sua filha Melitta, deixando inacabada uma autobiografia parcelar e seletiva, Melanie Klein morreu de câncer do cólon em Londres, a 22 de setembro de 1960.
Diferentemente de A. Freud, Melanie Klein considerava o brincar como um material suscetível de interpretação no quadro da situação transferencial. As brincadeiras eram a seu ver equivalentes às fantasias, dando acesso à sexualidade infantil e à agressividade: em torno delas podia se instaurar uma relação transferencial-contratrasferencial entre a criança e o analista.
Melanie Klein conferiu lugar capital à pulsão de morte, conceito que no entanto estava longe de gozar de unanimidade no seio do mundo psicanalítico. Radicalizando a posição de Freud, fez da angústia a conseqüência direta da ação da pulsão de morte no seio do organismo. Essas considerações estavam também presentes em sua concepção das fases ou posições por que a criança passava: a posição esquizoparanóide, que traduziria o modo de relação dos quatro primeiros meses da existência, seria caracterizada por uma união entre as pulsões sexuais e as pulsões agressivas, por um objeto vivido como parcial e clivado em “bom” (gratificador) e “mau” (frustrador). “Na posição paranóide-esquizóide” , escreve Hana Segal, “a angústia dominante provém do temor de que o objeto ou os objetos persecutórios penetrem no eu, esmagando ou aniquilando o objeto ideal e o “self”. Dois mecanismos psíquicos seriam dominantes nessa fase: a introjeção e a projeção. Instalando-se por volta dos quatro meses, a posição depressiva se seguiria à posição paranóide, sendo por sua vez superada por volta do final do primeiro ano. O objeto já não é parcial, podendo ser apreendido pela criança como total, a clivagem “bom”-“mau” já não é tão categórica como outrora, a angústia é de natureza depressiva e está ligada ao temor de perder e de destruir a mãe. Em face de suas angústias, a criança desenvolve vários tipos de defesa e de atividades reparatórias, que constituem a primeira fonte da criatividade e da sublimação. A posição esquizoparanóide e a posição depressiva voltam a se fazer presentes posteriormente na vida, em especial no adulto acometido de paranóia, de esquizofrenia ou de estados depressivos.
A Grã-Bretanha, sua última pátria, conforme mencionamos acima, acolheu-a em 1922. A partir desse momento, e durante trinta e quatro anos, a vida de Melanie Klein foi completamente ligada à psicanálise, às atividades da Sociedade Britânica e ao movimento internacional. Em 1960, às vésperas da morte, ela ainda estava dando instruções sobre seu último manuscrito e aos alunos que tinha em formação. Estava com 78 anos.
Somente os netos conseguiram realmente distrair Melanie Klein da parcela de desumanidade- de genialidade, diriam outros- que ela reconhecia ter em si. Virginia Woolf deixou em seu “Diário” um retrato de Melanie Klein que permite entrever sua força, de outro modo silenciosa e invisível: ela era “uma mulher de caráter, com uma espécie de força meio oculta- como direi ?-, não uma astúcia, mas uma sutileza, alguma coisa trabalhando por baixo. Uma tração, uma torsão, como uma vaga sísmica: ameaçadora. Uma mulher encancida e brusca, com grandes olhos claros e imaginativos”.

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Bibliografia:
ROUDINESCO, ELISABETH - Dicionário de Psicanálise, Jorge Zahar Editor, RJ-1997.

CHEMAMA, ROLAND - Dicionário de Psicanálise Larousse, Artes Médicas, RS-1995.

LAPLANCHE E PONTALIS – Vocabulário da Psicanálise, Martins Fontes, SP-2000.

KAUFMANN, PIERRE – Primeiro Grande Dicionário Lacaniano, Jorge Zahar Editor, RJ-1996.

NASIO, J-D - Introdução às Obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan, Jorge Zahar Editor, RJ-1995.

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CRONOLOGIA- Melanie Klein (1882-1960)

Melanie Klein
1882
- Nascimento a 30 de março, em Viena de Melanie Reizes.
- Era a filha mais nova, tinha duas irmãs e um irmão.
- O pai, de origem judaica, era médico e um estudioso do Talmud. Aos 37 anos, rompe com a ortodoxia religiosa e cursa Medicina.
- A mãe mantinha um pequeno comércio para colaborar com o marido na manutenção da casa.

1887
- Após moléstia de um ano, morte de Sidonie, sua irmã, que lhe ensinara a ler e escrever, além de rudimentos de aritmética.

1896
- Sob influência do irmão Emmanuel - descrito como alegre, amante de literatura e da música - interessa-se pelas artes. Com a ajuda dele, ainda, prepara-se para o exame de admissão ao liceu feminino, visando cursar Medicina.

1899
- Aos 17 anos, logo após a matrícula, fica noiva de Arthur Klein, que estuda engenharia química.

1900
- Morte do pai, Moritz Reizes.

1902
- Morre, aos 25 anos, de cardiopatia, seu irmão Emmanuel.

1903 a 1915
- 31 de março: casamento com Arthur Klein.
- Mudança de projeto, com o abandono da Medicina.
- Segue cursos de Arte e História na Universidade de Viena, sem graduar-se.
- Em 1910 a família de Klein se estabelece em Budapeste.
- Nascimento dos filhos: Mellita em 1904, Hans em 1904 e Eric em 1914.
- Realiza numerosas viagens e tratamentos de repouso em decorrência de depressões.
- A mãe de Melanie Klein, Libussa, cuida da casa; ela morre em 1914.
- Aos 32 anos, Klein realiza a leitura de “A interpretação de sonhos”, de S. Freud, tem uma convicção imediata e entusiástica.

1916
Início da análise com Sándor Ferenczi. Estimulada por ele, a dedicar-se a psicanálise, inicia o atendimento de crianças.

1919
- Apresenta o seu primeiro trabalho à Sociedade Psicanalítica de Budapeste: “ O romance familiar em seu estado nascente” (a educação analítica de seu filho Erich) - "O desenvolvimento de um criança".
- Entra como membro nessa Sociedade em Budapeste.
- Queda do império autro-húngaro.

1920
- Contato com Freud e Abraham, no Congresso Psicanalítico de Haia.
- Neste congresso ouve a comunicação de Hermine von Hug-Hellmuth, “Sobre a técnica da análise de crianças”.
- Abraham convida-a para trabalhar em Berlim.
- Freud publica “Além do princípio de prazer”.

1921
- Arthur Klein vai para a Suécia.
- Melanie Klein instala-se em Berlim com os filhos.
- Começa um processo de separação.
- Numerosos tratamentos de crianças.
- Apóio de Karl Abraham.

1923
- Melanie Klein passa a dedicar-se totalmente à Psicanálise.

- Freud publica “O Eu e o Isso”, “A organização genital infantil” e “A dissolução do complexo de Édipo”.

1924
- Com 42 anos, tem início a uma análise de 14 meses com Abraham.
- Em abril Melitta se casa com Walter Schmideberg.
- No VIII Congresso Internacional de Psicanálise, Klein apresenta “A técnica da análise de crianças pequenas”.
- Descoberta do supereu arcaico e da precocidade do complexo de Édipo.

1925
- Alix Scrachey convida-a para dar um ciclo de conferências em Londres.
- Ernest Jones a convida a se estabelecer na Inglaterra.
- Morre Karl Abraham em 25 de dezembro.

1926
- Divórcio de Melanie e Arthur Klein.
- Chega em Londres em setembro.
- Recebe apoio de Arthur Klein e dos psicanalistas ingleses.
- Freud publica “Inibições, sintoma e angústia”.

1927
- Anna Freud publica o livro “O tratamento psicanalítico de crianças”.
- Colóquio sobre Psicanálise de crianças, onde critica as idéias de Anna Freud.
- M. Klein torna-se membro da Sociedade Britânica de Psicanálise.
- Inicia-se um subgrupo kleiniano na Sociedade Britânica de Psicanálise.
- Ato de fundação analítico da prática com crianças.

1929
- M. Klein realiza a análise em Dick, um menino autista com 5 anos, até 1946.
- M. Klein demonstra a importância do símbolo no desenvolvimento do eu.

1930
- Começa as análises didáticas e o atendimento de adultos.

1932
- Publicação simultânea, em inglês e alemão, da obra: A psicanálise da criança.
- Início da hostilidade no relacionamento de M. Klein com a sua filha Melitta.

1933
- Morre S. Ferenczi.
- Chega Paula Heimann à Inglaterra.

1934
- Morre seu filho Hans, com 27 anos de idade, em acidente de alpinismo, em abril.
- Sua filha Mellita Schmideberg, também analista, opõe-se ao trabalho teórico desenvolvido pela mãe, rompendo com ela.
- Em agosto, apresenta a “Contribuição à psicogênese dos estados maníaco-depressivos”.

1934-40
- Descobre a posição depressiva e da fase esquizo-paranóide.
- Em 1936 realiza a conferência sobre “O desmame”.
- Em 1937 publica “Amor, ódio e reparação”, de M. Klein e Joan Rivière.
- Em 1938 Freud chega a Londres, em junho, com a mulher e a filha Anna.
- Em 1939 morre Freud em 23 de setembro.

1940
- Redação definitiva da comunicação apresentada no XV Congresso, em 1938, “O luto e a sua relação com os estados maníaco-depressivos”.
- Dissensões entre M. Klein e Anna Freud.
- Segunda Guerra Mundial.

1941
- M. Klein aos 59 anos realiza a análise de Richard, um menino de 10 anos.
- M. Klein realiza a vinculação entre o complexo de castração e a posição depressiva (cf. 1945, “O complexo de Édipo esclarecido pelas angústias precoces” e, em 1956-59, a redação da Narrativa da análise de uma criança).

1942-44
- As Assembléias Extraordinárias e as Discussões Polêmicas organizam as oposições teóricas e políticas entre kleinianos e annafreudianos.
- Elaboração da doutrina kleiniana por M. Klein e seus discípulos, J. Rickman, C. Scott, D. Winnicott, S. Isaacs, J. Rivière e P. Heimann.

1943
- Discussões entre kleinianos e opositores em sessões plenárias da sociedade Britânica.

1944
- Comunicação sobre “A vida emocional dos bebês”.
- Análise de Hanna Segal.

1945
Publicação da crítica de E. Glover, "Exame do sistema kleiniano de Psicologia infantil", que solicita a expulsão dos kleinianos da Sociedade. Diante da recusa, Glover demite-se.

1946
- Conclusões de novembro: a Sociedade Britânica é dividida em três Grupos, e a Formação, em dois regimes de ensino.
- Comunicação “Notas sobre alguns mecanismos esquizóides”, onde a “noção de identificação projetiva” seria introduzida, na redação de 1952, e desenvolvida pelos kleinianos, em particular H. Rosenfeld, a propósito das psicoses.

1947
- Aos 65 anos publica “Contribuições à psicanálise” (1921-1945).

1949
- Congresso de Zurique, “Sobre os critérios do término da análise”.
- Concepção do término do tratamento como uma experiência de luto.
- Lacan publica “O estádio do espelho como formador da função do eu” , sendo que a primeira versão do estádio do espelho, foi em 1938 e a introdução do “Tempo lógico” (em 1945).

1951
- Congresso de Amsterdam, “As origens da transferência”.

1952
- Edição especial de International Journal of Psycho-Analysis, dedicada aos 70 anos de Melanie Klein.
- Banquete organizado por E. Jones em sua homenagem e publicação de “Os progressos da psicanálise” por seus discípulos e colegas.

1953
-Congresso de Londres, intervenção sobre “A psicologia da esquizofrenia”, “Da identificação”.
- Lacan expõe “Função e campo da fala e da linguagem” em Roma.

1955
- Fundação do Melanie Klein Trust (Fundação Melanie Klein).
- Congresso de Genebra, “Um estudo sobre a inveja e a gratidão”.
- Rompimento com P. Heimann.
- Publicação de “A técnica psicanalítica através do brinquedo; sua história, sua significação”, artigo escrito a partir de uma conferência de 1953.

1953
- Publicação de Inveja e gratidão.

1958
- Morte de Ernest Jones.

1959
- “As raízes infantis do mundo adulto”.
- Congresso de Copenhague, “O sentimento de solidão”.

1960
- Na primavera fica anêmica.
- É operada de um câncer do cólon em setembro.
- Morre aos 78 anos Melanie Klein, no dia 22 de setembro e é cremada.

1961
- Publicação da “Narrativa da análise de uma criança”.
- Necrológico de W. Hoffer, H. Segal e W. Bion no International Journal of Psycho-Analysis, v. XLII

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Bibliografia

NASIO, J-D - Introdução às Obras de Freud, Ferenczi, Groddeck, Klein, Winnicott, Dolto, Lacan, Jorge Zahar Editor, RJ-1995

Herrmann, F. & Lima, A: Melanie Klein - Coleção Grandes Cientistas Sociais, 1982. Ed. Ática.

INTERNET : http://www.drogas.psc.br/fr_psican.htm

ROUDINESCO, ELISABETH - Dicionário de Psicanálise, Jorge Zahar Editor, RJ-1997

CHEMAMA, ROLAND - Dicionário de Psicanálise Larousse, Artes Médicas, RS-1995

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segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Resistencia e a Transferencia na Clinica Psicanalitica

No século XIX, quando a medicina começava a preocupar-se com as neuroses humanas e principalmene a histeria, que era o foco na época, enquanto enfermidade e a hipnose era unica forma usada para o seu tratamento. Todavia,a hipnose não era bem aceita em todos os meios como ciência séria e sim como obra de charlatães, e que a histeria nada mais era do que um capricho/fingimento do paciente,é nesse constexto que entra em destaque o então neurologista Sigmund Freud, homem da ciência, que partiu do Hospital de Meynert em busca de Charcot com o objetivo de aprender sobre a novidade que surgia. Foi como se Freud tivesse, enfim, encontrado aquilo em que realmente acreditava, ficou bem fascinado pelos novos conhecimentos. Nesse ínterim, Freud teve a oportunidade de conhecer o Dr. Breuer, que usava, ainda que de forma discreta, a hipnose no tratamento da histeria e compartilhou com Freud os estudos sobre o método catártico. Foi assim, que Freud enveredou por esse caminho, aprofundando-se cada vez mais, abrindo mão de algumas coisas, abraçando outras até que deu um grande passo na história da humanidade e trouxe à tona a psicanálise, uma ciência voltada ao estudo do inconsciente psíquico e todo o poder que ele exerce sobre o homem.Inicialmene ele usa a hipnose, mais depois adoa o método da livre associação.

Os Studies of Hysteria (1893-95) obra fruto da parceria de Freud e Breuer trazem ricas informações de como Freud chegou a descoberta de certos mecanismos de defesa do paciente, tais como a resistência e a transferência. Freud nao se conformando com os obstáculos encontrados na prática da análise e a sua sabedoria em transformar tais obstáculos em algo que viesse a trabalhar a seu favor foi crucial para que fizesse desses dois mecanismos de defesa, não algo que viesse a atrapalhar o tratamento, mas sim algo que viesse a ser usado como parte fundamental do tratamento psicanalítico.

Na Clínica Psicanalítica, entendemos por defesa tudo o que é usado pelo analisando na tentativa de fugir do sofrimento, das lembranças que contêm o foco de seus traumas. Freud, em seus trabalhos, usou os termos “defesa” e “resistência” como sinônimos. A defesa age através do ego, ou seja, o ego do analisando na tentativa de fugir de uma lembrança dolorosa chama uma força repulsora que afaste essa idéia/lembrança patogênica. Daí o conceito de que toda defesa é uma tentativa do sujeito de fugir do que lhe traz dor, de esconder as idéias e pensamentos que causam ou estao relacionados aos sertos traumas. As defesas podem acontecer tanto de forma inconsciente como conscientemente. Cabe ao analista procurar derrubar essas resistências e chegar ao foco do problema: a lembrança dolorosa causadora do trauma.

São muitos os exemplo de resistências na clínica psicanalítica, entre eles temos o silêncio do analisando – o que ele não quer falar? O que o faz não querer falar? – a postura do analisando no divã, a sua inquietação; falar somente de assuntos triviais e relacionados ao meio externo; evitar certos assuntos – um dos assuntos mais evitados é justamente o que diz respeito às fantasias sexuais com o analista; a ausência de sonhos; faltar ás sessões por “n” motivos e mais uma infinidade de situações causadas pelo analisando, algumas das vezes até de forma inconsciente para evitar chegar na descarga de tudo o que tem lhe causado dor.

Mesmo quando a sessão parece fluir de forma solta, de repente, ao se tocar em determinado assunto, a resistência entra em cena e é preciso técnica para derrubá-la. Geralmente os assuntos ligados à sexualidade são os que trazem consigo mais defesas.

A resistência está presente em maior ou menor grau em todo o processo analítico, desde o início até a sua conclusão. A resistência se opõe ao processo analítico, ao analista e ao ego racional do paciente. Ela defende o “status quo” da neurose do analisando.

A resistência é um conceito operacional e não um conceito criado pela Psicanálise. A clínica psicanalítica, em verdade, serve de campo onde as resistências atuam. Então, cabe dizer que a clínica psicanalítica se caracteriza pela análise completa das resistências, descobrir como o paciente resiste, a que ele resiste e porque age assim.

Já por transferência entendemos uma situação onde um sujeito transfere para outro, sentimentos que, em verdade, não estão dirigidos a esta pessoa e sim a uma outra pessoa do passado. No caso da clínica psicanalítica o analisando transfere para o analista sentimentos e emoções que na verdade são de uma relação vivida (ou deixada de viver) com um ente ou pessoa próxima que fez parte de sua infância primitiva, segundo Freud. São, em geral, sentimentos de relações que não foram bem resolvidas. O analisando, em vez de recordar uma experiência passada ele a revive e a recria, no entanto, envolvendo uma outra pessoa que não a originária e isso pode ser caracterizado como um tipo de defesa.

A reação transferêncial é sempre uma relação objetal, ou seja, relação que pode conter emoção, impulso, desejo, atitude, fantasia e defesas contra isso tudo. Ela se dá sempre de forma inconsciente e cabe ao analista reconhecê-la. Embora em alguns casos o analisando até possa perceber que está exagerando em algum sentimento, ele não entende o porquê disso. Muito embora a transferência esteja sendo abordada dentro clínica psicanalítica, ela pode acontecer também fora dela.

É mister dizer que a reação transferencial não encontra compatibilidade no contexto atual, no entanto, ela cabe perfeitamente na situação primária. Seria como se um analisando ao perceber que a sua analista está a usar o cabelo preso num rabo-de-cavalo, sentisse uma onda incontrolável de ciúmes e um medo de ser abandonado ao ponto de decidir que naquela sessão não falaria nada e ofereceria apenas o silêncio e a inquietude de seu corpo como material para a profissional que o atende. Em verdade, o analisando trouxe para o presente a lembrança de que, quando criança, desejoso da atenção de sua mãe, na fantasia de querê-la só para si, viu-a arrumada, bem vestida e justamente com o cabelo preso num rabo-de-cavalo a dizer-lhe que naquela noite a babá o colocaria para dormir porque ela, a mãe, sairia com o seu pai. A criança ficou praticamente entalada de tanto ciúme a se ver trocada pelo pai. Essa situação é totalmente explicável no âmbito primário, mas é completamente incabível na situação atual.

A transferência é sempre uma repetição e sempre será inadequada. Então podemos citar mais algumas características da reação transferencial que são: a intensidade de sentimentos ou ausência total do mesmo; a inconstância e a tenacidade.

Para que um fenômeno psíquico seja enquadrado como transferência é necessário que apresente quatro características básicas: 1) que seja uma variação de relacionamento objetal. 2) Que seja sempre uma repetição de um relacionamento passado com o objeto. 3) Que apresente um deslocamento, visto que esse é o processo fundamental nas reações transferênciais. 4) Que seja sempre um fenômeno regressivo.

A transferência é um fenômeno imprescindível no processo analítico. Sem a transferência, não há análise. É ela que indica a direção a ser tomada pelo analista visto que é através dela que os processos inconscientes se atualizam e abrem as portas para o surgimento do conflito psíquico e sua resolução. A transferência segue mais ou menos o ritual “recordar, repetir, elaborar”.
A transferência revela a constituição do sujeito, de sua demanda e de seu desejo, só a partir dela é possível que o sujeito descubra a estrutura de seu desejo.

A resistência tal qual a transferência são mecanismos de defesa e são imprescindíveis para a realização do tratamento psicanalítico. Sem elas, não há psicanálise. Uma aparece na tentativa de encobrir e se defender de lembranças dolorosas, a outra como a repetição de uma relação objetal passada, e as duas trazem consigo pilares fundamentais com material riquíssimo para a clínica analítica.


BIBLIOGRAFIA:


GREENSON, RALPH R., A Técnica e a Prática da Psicanálise, Imago, RJ-1981.

INTERNET - http://www.geocities.com/psicanaliseonline/profissi.htm

INTERNET – http://www.fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br/resistencia.html

INTERNET – http://www.escutaanalitica.com.br/resistencia.htm

domingo, 9 de maio de 2010

COMPORTAMENTOS COMPULSIVOS

Definição

As compulsões, comportamentos compulsivos ou aditivos são hábitos aprendidos e seguidos por alguma gratificação emocional, normalmente um alívio de ansiedade e/ou angústia. São hábitos mal adaptativos que já foram executados inúmeras vezes e acontecem quase automaticamente.

Normalmente nesse tipo de problema, classificados em sob o título de transtornos do espectro obsessivo-compulsivo (TOC), a pessoa acaba tornando-se dependente dessas atitudes, as quais ocupam um espaço importante no seu cotidiano.
Esses comportamentos compulsivos são mal adaptativos porque, apesar do objetivo que têm de proporcionar algum alívio de tensões emocionais, normalmente não se adaptam ao bem estar mental pleno, ao conforto físico e à adaptação social. Eles se caracterizam por serem repetitivos e por se apresentarem de forma freqüente e excessiva. A gratificação que segue ao ato, seja ela o prazer ou alívio do desprazer, reforça a pessoa a repeti-lo mas, com o tempo, depois desse alívio imediato, segue-se uma sensação negativa por não ter resistido ao impulso de realizá-lo. Mesmo assim, a gratificação inicial (o reforço positivo) permanece mais forte, levando a repetição.

Por exemplo:
1. Se a pessoa é acometida pela idéia (contra sua vontade) de que está se contaminando através de alguma sujeita nas mãos, terá pronto alívio em lavar as mãos. Entretanto, se tiver que lavar as mãos 40 vezes por dia, ao invés de adaptar essa atitude acaba por esgotar.
2. Se a pessoa é acometida pela idéia de que seus pais sofrerão algum acidente fatal, poderá conseguir alívio da angústia gerada por esses pensamentos se, por exemplo, bater 3 vezes na madeira... Mas tiver que bater na madeira 40 vezes por dia, ao invés de aliviar, essa atitude acaba por constranger e frustrar.
3. Se a pessoa tem um pensamento incômodo de que aquilo que acabou de comer poderá engordá-la, terá alívio dessa sensação provocando o vômito, ou tomando laxantes.

Causas

Não há uma causa única, bem estabelecida para a ocorrência de comportamentos compulsivos.
Pode-se falar em vulnerabilidades e predisposições, seja de elementos familiares, tais como os hábitos conseqüentes à extrema insegurança e aprendidos no seio familiar, seja por razões individuais e relacionados às vivências do passado e a ao dinamismo psicológico pessoal, seja por razões biológicas, de acordo com o funcionamento orgânico e mental.

Consequencias:
Assim, comportamentos compulsivos ou aditivos podem ser entendidos como atitudes (mal-adaptadas) de enfrentamento da ansiedade e/ou angústia, trazendo conseqüências físicas, psicológicas e sociais graves. Algumas pessoas apresentam comportamentos com caráter compulsivo, que levam a conseqüências negativas em suas vidas, como por exemplo, recorrer ao uso abusivo do álcool, das drogas, à fuga do convívio social, ao hábito intempestivo do vômito e às mais variadas atitudes.
Essas pessoas podem ainda comprar compulsivamente, sem levar em conta o saldo bancário, comer compulsivamente, mesmo quando não se tem fome, jogar, praticar atividades físicas em excesso, etc.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

MOTIVAÇÃO

Motivação Para o Sucesso

Que é motivação?

A motivação é uma das ferramentas básicas para uma pessoa ober sucesso.
Motivar é um conceito complexo de se definir e de se atingir. Alguns autores consideram que é difícil motivar alguém.
Dentro das empresas por exemplo, encontramos mais efeitos desmotivadores do que o contrario e não se faz nada para mudar esse quadro.

Primeiramente, devemos classificar o que entendemos por motivação.
Podemos dizer,que a MOTIVAÇAO é uma atividade diária e constante inerente a liderança, mas de responsabilidade de todos os membros da empresa. Desta forma, todos devem estar interessados, comprometidos, envolvidos como um time de trabalho (diferente de equipe), para alcançar e manter os objetivos da empresa.

Alguns elementos de MOTIVAÇAO;

• SALARIO – medico do mercado para suas necessidades.

• TREINAMENTO – equipamentos e técnicas – cursos e conhecimentos.

• DESAFIOS – nunca dê nada de graça – cobre resultados pague.

• DESENVOLVIMENTOS – sensação de que você poderá crescer na
empresa.

• IMAGEM EMPRESARIAL – as pessoas gostam de trabalhar junto da fama.

• BOM AMBIENTE DE TRABALHO – um bom ambiente conquista bons empregados.

• RECONHECIMENTO – pelo trabalho, pelo desempenho. Diga um elogio.

• SEGURANÇA E ESTABILIDADE – baixa rotatividade, respeito e iniciativas.

• AUTONOMIA DE DECISAO – definição de metas, criação de produtos, acesso ao líder.

• BENEFICIOS – reembolsos, uso de veículos, viagens.

• PREMIOS.

• TEMPO PESSOAL.

CONSELHOS PARA SE SENTIR MOTIVADO

Procure conhecer seu grupo de trabalho,
exerça atividades que voc~e gota, que possa traze-los satisfaçÃo e motivaçÃo nas suas jornadas de trabalho.
conceda-lhes palestras motivacionais, brincadeiras que lhes trarao horas frutiferas e uma maior produtividade e certeza apos isso a ''LUCRATIVIDADE''.

REFLITA:
A imagem que cada um tem de si mesmo é, em grande parte, reflexo daquilo que os outros pensam sobre nós; ou, melhor dizendo, a imagem que cada um tem de si mesmo é em grande parte o que queremos que os outros pensem sobre nós.



Autoria:ELIEZER GOUVEIA*