segunda-feira, 8 de novembro de 2010

MUSICOTERAPIA


Musicoterapia é a utilização da música e/ou de seus elementos constituintes, ritmo, melodia e harmonia, por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. A musicoterapia busca desenvolver potenciais e/ou restaurar funções do indivíduo para que ele ou ela alcance uma melhor qualidade de vida, através de prevenção, reabilitação ou tratamento. (World Federation of Music Therapy)

Indicações

Os musicoterapeutas trabalham com uma gama variada de pacientes. Entre estes estão incluídas pessoas com dificuldades motoras, autistas, pacientes com deficiência mental, paralisia cerebral, dificuldades emocionais, pacientes psiquiátricos, gestantes e idosos. O trabalho musicoterápico pode ser desenvolvido dentro de equipas de saúde multidisciplinares, em conjunto com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e educadores.Também pode ser um processo autônomo realizado em consultório.

O uso da música como método terapêutico vem desde o início da história humana. Alguns dos primeiros registros a esse respeito podem ser encontrados na obra de filósofos gregos pré-socráticos.

A sistematização dos métodos utilizados só começou, no entanto, após a Segunda Guerra Mundial, com pesquisas realizadas nos Estados Unidos. O primeiro curso universitário de musicoterapia foi criado em 1944 na Michigan State University.


Processo

O processo da musicoterapia pode se desenvolver de acordo com vários métodos. Alguns são receptivos, quando o musicoterapeuta toca música para o paciente. Este tipo de sessão normalmente se limita a pacientes com grandes dificuldades motoras ou em apenas uma parte do tratamento, com objetivos específicos. Na maior parte dos casos a musicoterapia é ativa, ou seja, o próprio paciente toca os instrumentos musicais, canta, dança ou realiza outras atividades junto com o terapeuta. A forma como o musicoterapeuta interage com os pacientes depende dos objetivos do trabalho e dos métodos que ele utiliza. Em alguns casos as sessões são gravadas e o terapeuta realiza improvisações ou composições sobre os temas apresentados pelo paciente. Alguns musicoterapeutas procuram interpretar musicalmente a música produzida durante a sessão. Outros preferem métodos que utilizem apenas a improvisação sem a necessidade de interpretação. Os objetivos da produção durante uma sessão de musicoterapia são não-musicais, por isso não é necessário que o paciente possua nenhum treinamento musical para que possa participar deste tratamento.

O musicoterapeuta, por outro lado, devido às habilidades necessárias à condução do processo terapêutico, precisa ter proficiência em diversos instrumentos musicais. Os mais usados são o violão, o piano (ou outros instrumentos com teclado) e instrumentos de percussão.

Musicoterapeuta

O profissional responsável por conduzir o processo musicoterápico é chamado musicoterapeuta. A formação desse profissional é feita em cursos de graduação em musicoterapia ou como especialização para profissionais da área de música ou saúde (músicos, professores de música, médicos ou psicólogos). Em alguns países a musicoterapia também pode ser parte de uma formação em arteterapia, que envolve, além da música, técnicas de artes plásticas e dança.

A formação do musicoterapeuta inclui teoria musical, canto, prática em ao menos um instrumento harmônico (piano ou violão), instrumentos melódicos (principalmente flauta) e percussão.

Também faz parte da formação do musicoterapeuta o conhecimento da anatomia e fisiologia humana, psicologia, filosofia e noções de expressão artística, expressão corporal, dança, técnicas grupais e métodos de educação musical como o Método Orff ou o Método Kodály.

O dia do musicoterapeuta é comemorado no Brasil em 15 de setembro.

Estilos musicais

A intervenção terapêutica pode vir associada à outras técnicas como relaxamento progressivo, treinamento autógeno, reiki, yoga ou acupuntura. Apesar de haver um sub-entendido consenso sobre os benefícios da música clássica ou a música psicodélica eletrônica de sons contínuos ou no caso de acupuntura e yoga indiana associada à meditação assim como a música da China é sabido que o efeito da música sobre o paciente depende de sua história de convivência com os diversos estilos musicais por um processo de condicionamento estético e/ou vivência por ventura associadas.

Por outro lado os musicoterapeutas na sua formação estudam os efeitos hipnóticos dos ritmos repetidos a associação de rítmos ao transe e êxtase místico e]ou o seu efeito sobre as emoções humanas, relativamente bem conhecidos como por exemplo por produtores da música de filmes (suspense, ação, sensualidade, etc) e peças teatrais incluindo a ópera. Recentemente uma das maiores aplicações dé sucesso reconhecido da musicoterapia tem sido o tratamento da dor crõnica e stresse pós traumático.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

TECNICAS USADAS NAS VARIAS PSICOTERAPIAS BREVE


Técnicas e intervenções empregadas nas várias psicoterapias breves

Aqui estão algumas das técnicas que tenho estudado no meu curso de Psicanálise Clínica:

Ab-reação. Essa técnica é usada por muitos psicólogos. Essa técnica pode ser relacionada á catarse, que consiste em fazer o paciente trazer o pensamento inconsciente para o consciente.

Atividade do terapeuta. Essa atividade consiste em discutir com o paciente sobre os seus problemas em termos simples, procurando convencê-lo de que não é responsável quando o sentimento de culpa é exagerado, pré escrever um horário compulsivo e um regime de atividade máxima com a responsabilidade de trazer um relato diário de suas atividades, ou seja um histórico completo e concreto. O terapeuta pode solicitar do paciente o desempenho de inúmeras tarefas simples que exijam esforço intenso, sendo recomendado comer o mínimo possível; um regime que visa ajudar o paciente a desviar a sua atenção dos sentimentos depressivos para concentrar-se em atividades específicas e assim aliviar a tensão num nível concreto e mais primitivo.

Aconselhamento. Esta técnica implica em estabelecer um programa de ação direta e total. Que ao meu ver exige do terapeuta uma certa habilidade, para não transparecer ao paciente um procedimento autoritário. Por meio dessa técnica, o terapêutica tem a oportunidade de fazer recomendações, acompanhamento necessário, e sempre ficando com o controle do tratamento.

A estimulação ou provocação da ansiedade, que tem por objetivo aumentar a tensão do paciente.

Supressão da ansiedade, que é usada sempre que a personalidade do paciente é considerada mito frágil, para enfrentar a intensificação da ansiedade.

Treinamento da afirmação, que consiste em treinar o paciente para que expresse as “manifestações sociamente aceitáveis dos direitos e sentimentos pessoais”

Catarse, essa técnica é um processo pelo qual o paciente transporta um impulso ou pensamento inconsciente para o consciente.

Confrontação, essa é uma técnica ativa, na qual o paciente é confrontado com o seu comportamento atual.

Técnicas educativas, consiste em ensinar ao paciente a habilidade ou domínio que o terapeuta percebe como sendo importante para atingir a estabilidade.

Terapia da familiar. Visa entre essencialmente promover uma interação do paciente com os membros da família. A linha de intervenção mais breve indicada é a de trazer a família em conjunto para uma discussão grupal que esclareça o problema em comum e o resolva.

Terapia de grupo. Uma técnica grandemente usada, tano de forma exclusiva, quanto associada a terapia individual. A terapia de grupo segundo Klein e Lindermann, é uma intervenção preventiva...

Orientação e aconselhamento. É também uma técnica importante, reconhecida como válida nos procedimentos breves, pois proporciona o encorajamento do paciente no sentido de adquirir novas experiências de vida.

Visita domicialiares. Pode ser utilizada às pessoas com distúrbio emocional..

Alguns terapeutas, como Wolberg, defende também o uso da Hipnose nos tratamentos breves. Ele entende que a hipnose melhora o relacionamento entre paciente e terapeuta, criando uma atmosfera positiva, aumentando assim a sugestibilidade do paciente pela maior influencia do terapeuta. Wolberg defende a hipnose baseada em quatro níveis: 1. Exercício de respiração profunda, 2. Relaxamento muscular progressivo, 3. Visualização de uma cena descontraída 4. Contagem lenta até 20. Bellak e Small também recomendam o uso da hipnose, para facilitar a comunicação, mas adverte quanto a necessidade de cuidado, é aconselhável até evitar o uso desta técnica quando o paciente apresenta iminência de desenvolver estados de dissociação ou são paranóicos.

Interpretação. Radicionalmente a psicoerapia tem utilizado a interpretação, como uma técnica para alcançar a melhora ou a cura. Segundo Coleman, a interpretações podem ser organizadas em três grupos: 1. A interpretação exata – quando o momento e a área interpretados estão corretas e o paciente reage rapidamente. 2. Interpretação correta – quando não está ao nível do conflito atual. 2. A interpretação inexata – quando ela se torna um forma de sugestão.

Quero deixar aqui a minha gratidão pelo amigo, irmão e colega Pr. Daniel Barbosa de Melo, que muito te me incentivado a estudar. Sou grato a Deus por sua vida.

Além dessas há a outras técnicas que podem ser utilizadas, e trás bons resultados na psicoterapia breve.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Biografia de winnicott

Winnicott nasceu em Plymouth, Devon, Inglaterra em 7 de abril de 1896, filho de Elizabeth Martha (Woods) Winnicott e do Sr. John Frederick Winnicott, um comerciante que se tornou cavaleiro em 1924 após servir duas vezes como prefeito de Plymouth.

A família era próspera e aparentemente feliz, mas atrás desse verniz, Winnicott se viu como oprimido por uma mãe com tendências depressivas como também por duas irmãs e uma babá. Foi a influência do seu pai, que era um livre-pensador e empreendedor que o encorajou em sua criatividade. Winnicott se descreveu como um adolescente perturbado, reagindo contra a própria auto-repressão que adquirindo sua capacidade de cuidar ao tentar suavizar os sombrios humores de sua mãe. Estas sementes de autoconsciência se tornaram a base do interesse dele trabalhando com pessoas jovens e problemáticas.

Decidindo se tornar um médico, ele começou a estudar medicina em Cambridge mas interrompeu seus estudos para servir como cirurgião aprendiz - residente em um navio (destroyer) britânico, o HMS Lúcifer, durante a Primeira Guerra Mundial. Ele completou sua formação em medicina em 1920 e em 1923, no mesmo ano do seu primeiro casamento com Alice Taylor, foi contratado como médico no Paddington Green Children's Hospital em Londres. Foi também em 1923, que Winnicott iniciou sua análise pessoal com James Strachey (1887 – 1967), o tradutor das obras de Sigmund Freud para o inglês.

Em 1927 Winnicott foi aceito como iniciante na Sociedade Britânica de Psicanálise, qualificado como analista em 1934 e como analista de crianças em 1935. Ele ainda estava trabalhando no hospital infantil e posteriormente comentou que... ”naquele momento nenhum outro analista era também um pediatra, assim durante duas ou três décadas eu fui fenômeno isolado…" O tratamento de crianças mentalmente transtornadas e das suas mães lhe deu a experiência com a qual ele construiria a maioria das suas originais teorias. E o curto período de tempo que ele poderia dedicar-se a cada caso o conduziu ao desenvolvimento das suas "inter - consultas terapêuticas." outra inovação da prática clínica que introduziu.

Um acontecimento relevante da vida desse autor foi a chegada em Londres, no ano 1926, de Melanie Klein (1882-1960), uma das mais importantes analistas de criança da sua época, logo fazendo escola e seguidores. Winnicott aproximou-se e fez uma análise adicional com um deles, Joan Rivière ( - ). A convicção do Kleinianos na importância suprema, para saúde psíquica, do primeiro ano da vida da criança, foi compartilhada por Winnicott. Contudo esta visão diverge um pouco da de Freud e de sua a filha Anna Freud (1895—1982)- ela mesma uma analista de crianças, que também vieram para Londres em 1938, refugiados do Nazismo na Áustria. Esboçando-se uma divisão dentro da Sociedade Psicanalítica Britânica entre os Freudianos ortodoxos e o Kleinianos; mas ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, um acordo tipicamente britânico estabeleceu três cordiais grupos: os Freudianos, o Kleinianos e um grupo “conciliador" ao qual Winnicott pertenceu juntamente com Michael Balint ( - ) e John Bowlby (1907–1990).

Para Freud, ao brincar, a criança tem prazer na aparente onipotência que adquire ao manipular os objetos cotidianos associando-os a símbolos imaginários como no jogo fort-da que evocava a presença da mãe na análise infantil que realizou. Não há dúvidas, porém que foi Melanie Klein quem efetivamente trouxe a brincadeira para o trabalho psicanalítico com crianças. Klein reconhecera uma similitude entre (1) a atividade lúdica infantil e o sonho do adulto, e (2) as verbalizações da criança ao brincar e a associação livre clássica. Discípulo de Klein, Winnicott redimensiona a brincadeira, situando o brincar do analista e o valor que essa atividade possui em si, instituída como uma atividade infantil, e que também faz parte do mundo adulto. Para ele os analistas infantis por se ocuparem tanto dos possíveis significados do brincar não possuíam um claro enunciado descritivo sobre o brincar. Para ele “Brincar é algo além de imaginar e desejar, brincar é o fazer.

Durante os anos de guerra trabalhou como consultor psiquiátrico de crianças seriamente transtornadas que tinham sido evacuadas de Londres e outras cidades grandes, e separado de suas famílias. Ele continuou trabalhando ao Paddington Green Children's Hospital nos anos 1960.

Depois que a guerra Winnicott tornou-se um médico contratado do Departamento Infantil do Instituto de Psicanálise durante 25 anos; foi presidente da Sociedade Britânica de Psicanálise por duas gestões; membro da UNESCO e do grupo de experts da OMS; atuou como professor no Instituto de Educação e na London School of Economics, da Universidade de Londres; dissertou e escreveu amplamente como atividade profissional independente.

Ele divorciou-se de sua primeira esposa em 1951 e, nesse mesmo ano, casou-se com Elsie Clare Nimmo Britton, assistente social psiquiátrica e psicanalista. Morreu em 28 de janeiro de 1971, após o último de uma série de ataques de coração e foi cremado em Londres.
[editar] Teoria sobre importância e efeitos do cuidado materno

Para Winnicott, cada ser humano traz um potencial inato para amadurecer, para se integrar; porém, o fato de essa tendência ser inata não garante que ela realmente vá ocorrer. Isto dependerá de um ambiente facilitador que forneça cuidados que precisa, sendo que, no início, esse ambiente é representado pela mãe suficientemente boa. É importante ressaltar que esses cuidados dependem da necessidade de cada criança, pois cada ser humano responderá ao ambiente de forma própria, apresentando, a cada momento, condições, potencialidades e dificuldades diferentes.

Segundo esse autor a mãe suficientemente boa (não necessariamente a própria mãe do bebê) é aquela que efetua uma adaptação ativa às necessidades do bebê, uma adaptação que diminui gradativamente, segundo a capacidade deste em aquilatar o fracasso da adaptação e em tolerar os resultados da frustração. (Winnicott, 1971)

Assim, podemos pensar que, se amadurecer significa alcançar o desenvolvimento do que é potencialmente intrínseco, possíveis dificuldades da mãe em olhar para o filho como diferente dela, com capacidade de alcançar certa autonomia, podem tornar o ambiente não suficientemente bom para aquela criança amadurecer. Não basta, apenas, que a mãe olhe para o seu filho com o intuito de realizar actividades mecânicas que supram as necessidades dele; é necessário que ela perceba como fazer para satisfazê-lo e possa reconhecê-lo em suas particularidades.

Num artigo intitulado “A mãe dedicada comum”, escrito em 1966 e publicado numa colectânea de conferências e palestras radiofónicas, Winnicott descreveu um estado psicológico especial, um modo típico que acomete as mulheres gestantes no final da gestação e nas semanas que sucedem o parto. Nessa palestra, o autor nos conta como, em 1949, surgiu quase que por acaso a expressão "mãe dedicada comum", que serviu para designar a mãe capaz de vivenciar esse estado, voltando-se naturalmente para as tarefas da maternidade, temporariamente alienada de outras funções, sociais e profissionais.

Trata-se, pois, de uma condição psicológica muito especial, de sensibilidade aumentada, que Winnicott chega a comparar a uma doença, uma dissociação, um estado esquizóide, que, no entanto, é considerado normal durante esse período. Observe-se também que não é raro um surto psicótico típico nesse período, o que se denomina psicose puerperal.

Winnicott afirma que, na base do complexo de sensações e sentimentos peculiares dessa fase, está um movimento regressivo da mãe na direcção de suas próprias experiências enquanto bebê e das memórias acumuladas ao longo da vida, concernentes ao cuidado e protecção de crianças.

Tão gradualmente como se instala, em condições normais, o estado de “preocupação materna primária” deve dissipar-se. Essas condições incluem a saúde física do bebé e da mãe, após um parto não traumático, uma amamentação tranqüila e pouca interferência de elementos stressantes.

Após algumas semanas de intensa adaptação às necessidades do recém–nascido, este sinaliza que seu amadurecimento já o torna apto a suportar as falhas maternas. A mãe suficientemente boa deve compreender esse movimento do bebé rumo à dependência relativa e a ele corresponder, permitindo-se falhas que abrirão espaço ao desenvolvimento.

De fato, na obra de Winnicott (1979/1983; 1988/2002) encontramos que a capacidade das mães em dedicar a seus filhos toda a atenção de que precisam, atendendo suas necessidades de alimentação, higiene, acalento ou no simples contacto sem actividades, cria condições para a manifestação do sentimento de unidade entre duas pessoas. Da relação saudável que ocorre entre a mãe e o bebé, emergem os fundamentos da constituição da pessoa e do desenvolvimento emocional-afetivo da criança.

A capacidade da mãe em se identificar com seu filho permite-lhe satisfazer a função sintetizada por Winnicott na expressão holding. Ela é a base para o que gradativamente se transforma em um ser que experimenta a si mesmo. A função do holding em termos psicológicos é fornecer apoio egóico, em particular na fase de dependência absoluta antes do aparecimento da integração do ego. O holding inclui principalmente o segurar fisicamente o bebé, que é uma forma de amar; contudo, também se amplia a ponto de incluir a provisão ambiental total anterior ao conceito de viver com, isto é, da emergência do bebé como uma pessoa separada que se relaciona com outras pessoas separadas dele.

Winnicott (1979/1983) também coloca que a mãe, ao tocar seu bebé, manipulá-lo, aconchegá-lo, falar com ele, acaba promovendo um arranjo entre soma (o organismo considerado fisicamente) e psique e, principalmente ao olhá-lo, ela se oferece como espelho no qual o bebé pode se ver.

Na visão winnicottiana, já nos primórdios da existência, é fundamental para a constituição do self o modo como a mãe coloca o bebé no colo e o carrega; dá-se, assim, a continuidade entre o inato, a realidade psíquica e um esquema corporal pessoal.

O holding é necessário desde a dependência absoluta até a autonomia do bebé, ou seja, quando os espaços psíquicos entre este e sua mãe já estão perfeitamente distintos.

Winnicott (1976/1983), visando mostrar a pais leigos a importância do que eles faziam naturalmente, traz uma descrição mais concreta do que está envolvido no holding:

Protege da agressão fisiológica, leva em conta a sensibilidade cutânea do lactente – tacto, temperatura, sensibilidade auditiva, sensibilidade visual, sensibilidade à queda (acção da gravidade) e a falta de conhecimento do lactente da existência de qualquer coisa que não seja ele mesmo. Inclui a rotina completa do cuidado dia e noite, e não é o mesmo que com dois lactentes, porque é parte do lactente, e dois lactentes nunca são iguais. Segue também as mudanças instantâneas do dia-a-dia que fazem parte do crescimento e do desenvolvimento do lactente, tanto físico como psicológico. (Winnicott, 1979/1983, p.48)

Fonte: Internet

DEPRESSÃO

Depressão

Um abismo caacteizado pela tristeza - Depressão

Para começar, convém fazer uma distinção entre a tristeza e a depressão.

O que é a tristeza?

podemos definir como um estado de desalento, falta de alegria, infelicidade, lástima, etc.

E Depressão, o que é?

Ora, do que temos escutado, lido ou assistido, podemos definir a Depressão como um estado clínico onde encontramos uma tristeza. Não só tristeza, mas uma falta de energia, falta de desejo muito grande e uma abulia que impede a pessoa de desenvolver suas atividades normais: como trabalhar, namorar, comer, conversar com amigos, desempenhar suas tarefas costumeiras e até aquelas as que lhe davam prazer. O depressivo normalmente dorme mal ou dorme muito. Na verdade aatividades que lhe davam prazer eles a tinham abandonado bem antes.

A maioria das vezes esses pacientes a um consultório psicanálitico, quando já estão fazendo um tratamento medicamentoso. As miligramas de Prozac ou Fluoxetina já fazem parte do cotidiano desse paciente e mesmo assim a estabilização da substância – Serotonina – (que atua no cérebro e é responsável pelas sensações de alegria, estados afetivos, humor) não tem proporcionado que ele encontre um ãnimo ou desejo para tocar sua vida.

E é claro que não vai ser a serotonima o que vai proporcionar que o paciente deixe de ser miseravelmente infeliz. Mesmo tendo a necessidade de uma determinada quantidade de substância para que seu cerebro funcione.

Sabemos que não é somente a química cerebral que é responsável pelo bem ou mal estar do paciente. Mesmo com toda a eficácia medicamentosa e progresso da ciência não existe um medicamento que faça uma pessoa ser feliz, que faça-o ter desejo. É verdade que para alguns pacientes a única possibilidade que ele tem de levantar da cama ou de não se matar e vir até nós é tomando um medicamento que altere seu humor. Que trabalhe na produção da substância – serotonina - que ele não está fabricando. Mas a ciência nada quer saber desse paciente, sobre seu particular, sua história, trata-o como puro órgão.

Aprendemos com Freud e Lacan que o significante afeta o corpo, e na depressão afeta o funcionamento ou a produção de serotonina. Somente quando o paciente produz outros significantes é que pode alterar seu estado afetivo ou um órgão. Produz novos significantes e assim produz serotonina suficiente para alterar seu humor.

Aí está a importancia dos psicanalistas que dedicam o seu tempo à escuta da palavra a ser dita, da palavra sufocada, amordaçada, que muitos pacientes carregam consigo.

O mais comum na depressão é encontrar pessoas em uma tristeza imensa, mas acontece em alguns que não exista sinal de tristeza. Existe mais uma abulia, onde os pacientes descrevem com pormenores sua falta de desejo em levantar, trabalhar, conversar, etc. Mas o mais comum é o sinal muito grande de tristeza, ou algo que não pode ser nomeado pelo sofredor.

O discurso do deprimido noirmalmente é repetitivo, monótono, mas, algumas vezes sem sinal de tristeza, e até com ausência de choro.. Eles falam que vem sentido em suas vidas, independente do dia e ocasião, se faz sol ou chove., se conseguiu algo ou perdeu. Muitas vezes a depressão se intalada em momentos que deveria ser de alegria, quando o paciente ganhou uma promoção ou teve um filho.

Encontramos pacientes que falando de seus sofrimentos, descrevem o que acontecem com seu corpo, corpo biológico, corpo este, que em suas falas não é apreendido como próprio, mas, como um conjunto de òrgãos, onde o sujeito não se vê responsável por ele. Ex: Paciente que sabia dos detalhes do funcionamento de seus orgãos. E dizia: o coração, o peito etc.

É na falta de palavras que a depressão encontra sua existência. Podemos considerar a depressão como um mal estar da civilização. De acordo com a Organização Mundial de Saúde,acredita-se que até 2020 depressão, será a segunda moléstia que mais matará.

Mas, mesmo que no início o paciente não saiba ou não diga porque está assim, deprimido, encontramos sempre um acontecimento, algo que sucedeu anteriormente ao estado de depressão.

Aqui vai algun conselhos práticos, que podem ajudar uma pessoa a se prevenir contra a depressão:

COMO SE PREVENIR CONTRA A DEPRESSÃO

1) Mantenha sua confiança em Deus. "Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre". (Salmo 125:1)

2) Saiba que o desânimo pode ser experimentado por todos nós. "Sei passar necessidade, e também sei ter abundância. Em toda maneira, e em todas as coisas aprendi tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância, como a padecer necessidade". (Fp 4:12)

3) Aprenda a lidar com o sentimento de ira e com a culpa. "Irai-vos, e não pequeis: Não se ponha o sol sobre a vossa ira, e não deis lugar ao diabo." (Ef 4:26,27)

4) Saiba enfrentar os pensamentos negativos. "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai". (Fp 4:8)

5) Construa relacionamentos de amizades saudáveis. "O homem que tem muitos amigos pode vir à ruína, mas há um amigo mais chegado do que um irmão". (Pv 18:24)

6) Seja solidário com as pessoas que precisam de ajuda. "Ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse Jesus: Vai, e faze da mesma maneira". (Lc 10:37)

7) Tenha uma disciplina alimentar e pratique exercícios. "Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias, fazendo que se nos dêem legumes a comer e água a beber". (Dn 1:12)

8) Procure manter o coração sempre transbordando de alegria. "Mas alegrem-se todos os que em ti confiam; exultem eternamente, porque tu os defendes. Em ti se gloriem os que amam o teu nome.". (Sl 5:11; ler também Sl 4:7; Hc 3:17-19).